Escola do Barreiro já abrigou unidade da Febem

Mariana Durães
11/12/2018 às 21:09.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:31
 (Maurício Vieira )

(Maurício Vieira )

O tom opaco do cinza foi substituído por múltiplas cores. Os alojamentos, transformados em salas de aula, biblioteca e espaços para recreação. Quem vê a Escola Municipal Polo de Educação Integrada (EMPoeint), que atende a crianças e adolescentes do ensino fundamental no Barreiro, em BH, nem imagina que o espaço já abrigou a Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor (Febem), unidade que recebia adolescentes infratores e em situação de abandono.Maurício Vieira 

“Quando me lembro daquela época, sempre me vem à memória a cor cinza, um ambiente úmido, muito lodo. As crianças também pareciam essa mesma cor apagada, o completo oposto do que vemos hoje”, conta a professora de códigos e linguagens do centro de ensino Adalgisa Helena Gomes de Matos. Moradora do bairro, aos 17 anos ela participava de visitas organizadas por um grupo de jovens de uma igreja ao local.

Mesmo hoje, com a completa estrutura oferecida nos 45 mil metros quadrados, ainda é difícil romper a imagem negativa, admite o professor de ciências humanas da EMPoeint, Anderson Cunha. "Creio que isso acontece pelo estigma do que se tinha aqui. Mas, com a escola, mostramos que agora este é um local de respeito dos direitos, de acolhimento, proteção e de conhecimento”, afirma.

Histórico

Antes de se tornar uma escola, o espaço também teve outras destinações, desde o primeiro registro da área que se tem notícia, em 1855, quando era sede da fazenda que deu nome à região. Entre todas as funções, foi casa de descanso do governador e um centro da Associação de Pais de Alunos Excepcionais de Belo Horizonte (Apae).

Além das várias mudanças, foi preciso que a população se acostumasse com a ideia de uma escola. Após o fechamento da Febem e abandono, a proposta era criar um espaço público para a juventude com atividades de esporte, lazer e cultura, além de cursos profissionalizantes. Mas uma parceria foi feita com a prefeitura e optou-se unidade de ensino.

Para os docentes, o fato de ser um polo de educação significa mais responsabilidade. A presença constante da comunidade também foi pensada. Além da biblioteca e da academia, uma feira de artesanato, organizada pelos próprios moradores, acontece aos sábados.

"A ocupação do espaço pela população ajuda a acelerar esse processo de ressignificar e começar um novo momento da história da região. Acredito que o polo foi a melhor coisa que fizemos para a comunidade do entorno", afirma o diretor Luiz Henrique Borges.

Pioneiro

A unidade também tem um projeto pioneiro na capital. Lá, são reunidos crianças e adolescentes do ensino fundamental, em horário integral, em um sistema inspirado em modelos internacionais. Os conteúdos são separados em áreas do conhecimento e os estudantes passam a ser o centro do aprendizado.Maurício Vieira

Alunos trabalham conceitos de local, lugar, espaço e território para discutir patrimônio e entender história da EMPoeint e do Barreiro

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