Morte de David Bowie, dois dias após álbum de inéditas, abala fãs mundo afora

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
12/01/2016 às 07:13.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:59
 (Justin Tallis)

(Justin Tallis)

"You know, I’ll be free”. “Você sabe, eu estarei livre”, cantou David Bowie na impactante “Lazarus”, que inspirou o clipe divulgado quinta-feira passada (7). Nós não sabíamos, mas o lançamento do denso álbum “Blackstar” era um adeus. Dois dias após o disco – o 25º de estúdio – chegar a todas as plataformas digitais, o mundo se deparou, estupefato, com a notícia de que o Camaleão do rock havia morrido, após lutar contra um câncer por um ano e meio. Após a excitação gerada pelas novidades da semana passada, a tristeza do luto contaminou fãs como o pediatra Manoel “Kico” Amaral, que é colecionador de discos e tem todos os álbuns de estúdio do artista em vinil – “Blackstar” está a caminho, da Inglaterra – e as mais variadas raridades.

Veja uma galeria com fotos clássicas de David Bowie:

Ele chegou a criar uma página no Facebook para apresentar resenhas de todos os discos de David Bowie. Postou textos sobre os 14 primeiros. Mas, agora, deve dar um tempo no projeto. “Estava preparando o texto sobre ‘Let’s Dance’, mas estou sem coragem para escrever”, diz. “Quando se mergulha na obra de Bowie percebe-se que há ligação em tudo. Seus discos são como páginas de um livro, os discos se confundem com a própria história”, opina o médico de 45 anos, que começou a admirar o britânico em 1990.

Identificação

A produtora cultural Renata Almeida, 35 anos, foi outra a sentir bastante a morte do ídolo. Segundo ela, Bowie a fez entender que é possível ser uma pessoa múltipla, que trafega por diferentes grupos e tem gostos que parecem ser destoantes. “Para um adolescente, conseguir se identificar com algo traz uma sensação de segurança, conforto, compreensão, e isso pode salvar sua vida. Me identifiquei com o David Bowie várias vezes. Via nele várias partes de mim e todas finalmente completas num lugar só”, afirma a produtora, que tem uma tatuagem no braço que remete ao álbum “Aladdin Sane”, de 1973.

O músico Siso – pseudônimo de David Dines – é um dos muitos que reconhecem a influência de Bowie. Tanto que chegou a liderar uma homenagem há quatro anos, quando o álbum “The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars” completou 40 anos. Um show na extinta Velvet Club reuniu mais de 20 músicos mineiros, que fizeram versões diferenciadas para o repertório. “Bowie é a melhor personificação de como o pop pode ser uma ferramenta política de liberação, de quebra de paradigmas”, afirma Siso.

“O legado dele é de uma versatilidade e de uma riqueza musical ímpar”, Siso
 

Ouça uma lista com grandes sucessos de Bowie:

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