Poucas competições prendem tanto a atenção dos amantes de futebol como a Copa Libertadores. Seu caráter combativo faz com que os torcedores dos 38 participantes renovem o sonho da conquista das Américas. Porém, para os clubes, o prestígio da competição não é refletido no aspecto financeiro.   Neste ano, o torneio renderá cerca de US$ 6,9 milhões (R$ 19,5 milhões) àquele que erguer a taça. Porém, essa cota cai de forma substancial caso a equipe fique pelo caminho.   Na fase de grupos da competição, os clubes receberão US$ 2,7 milhões pelos três jogos que disputarão como mandante. Nas oitavas de final, são US$ 550 mil. Para as quartas, US$ 650 mil. Já a semifinal rende ao clube participante US$ 700 mil. E, na final, o campeão leva para casa US$ 2,3 milhões, enquanto o vice tem um bônus de US$ 1 milhão. Vale lembrar que o clube ainda precisa arcar com deslocamento e hospedagem, o que diminui o lucro com as cotas.   Na avaliação do diretor comercial do Cruzeiro, Robson Pires, a pouca representatividade dos dirigentes brasileiros na Conmebol contribui para que as negociações não avancem ao patamar desejado.   “Ainda temos pouca representatividade. Isso, claro, contribui para os valores ficarem abaixo do que entendemos que poderia ser o ideal. Se você observar, as cotas da Libertadores se tornam vantajosas se o clube chegar à final. O que faz o torneio ser importante é sua visibilidade e a renda que traz. Mas entendemos que poderiam remunerar melhor os clubes”, avaliou Robson.   É justamente o interesse do torcedor que faz a Libertadores seja rentável. E o arquirrival do Cruzeiro talvez seja o melhor exemplo disso. Em 2013, quando o Galo conquistou a América, a presença da Massa alvinegra ao longo da campanha rendeu ao clube cerca de R$ 22 milhões de renda.   A “cereja do bolo” foi a final daquela edição do torneio continental, quando o Atlético arrecadou receita de R$ 14.176.146,00 (bruta), a maior da história do futebol brasileiro.   Europa distante...   Torneio de maior relevância das Américas, a Libertadores rende menos receitas aos seus participantes até mesmo que a Liga Europa, competição de segundo escalão no Velho Mundo. Quem levantar o caneco da antiga Copa da Uefa engordará o porquinho em 9,7 milhões de euros (R$ 31,4 milhões).   Se levada em consideração a Liga dos Campeões, competição de importância equivalente à Libertadores no Velho Continente, a diferença fica assustadora. Só para figurarem na primeira fase do torneio, os 32 participantes recebem de cara de 8,6 milhões de euros (R$ 27,8 milhões).    O campeão, por sua vez, embolsará, no mínimo, 37,4 milhões de euros (R$ 121 milhões), valor que pode aumentar conforme o país do participante e o número de vitórias ao longo da competição.    ...Brasil também   Mas não é preciso ir ao Velho Mundo para ver que a Libertadores é pouco lucrativa. Para se ter uma ideia dos valores, Atlético e Cruzeiro poderão faturar até cerca de R$ 14 milhões somente com cotas de televisão e bônus pela conquista do Campeonato Mineiro. Na Libertadores, essa receita somente será obtida pelos dois clubes caso consigam chegar à semifinal.   Se incluídos Brasileirão e Copa do Brasil, a distância aumenta. No ano passado, Atlético e Cruzeiro faturaram quase R$ 50 milhões somente com as cotas de transmissão dos torneios nacionais, o que mostra que a Libertadores é mais valiosa aos clubes por seu prestígio.

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