Manifestação na capital termina com 15 detidos e dois feridos

Danilo Emerich - Hoje em Dia
12/06/2014 às 19:36.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:59
 (Samuel Costa/Hoje em Dia)

(Samuel Costa/Hoje em Dia)

  Mesmo em número bem inferior ao estimado pelos organizadores, um grupo de manifestantes “dominou” o Centro de Belo Horizonte nesta quinta-feira (12). O resultado do protesto foram lojas depredadas, inclusive prédios de órgãos públicos, 13 pessoas presas, dois menores apreendidos e pelo menos dois feridos, sendo um fotógrafo da Reuters e um policial militar. Entre os adultos conduzidos estão um engenheiro e um médico, morador da Savassi, na região Centro-Sul da capital mineira.   O protesto começou por volta das 13h, com vários movimentos sociais e reivindicações diversas. Cerca de 500 pessoas chegaram a se aglomerar na Praça Sete, até fecharem o cruzamento das avenidas Afonso Pena e Amazonas. O esperado pelo Comitê Popular dos Atingidos pela Copa (Copac) era de aproximadamente 5 mil participantes.   No local, chegaram a promover um partida de futebol improvisada na via interditada. A Polícia Militar acompanhou de perto, mas sem intervir, apenas fazendo revistas em pessoas com atitudes suspeitas ou com mochilas. O trânsito ficou complicado na região central em função do ato.   Cerca de duas horas depois, os manifestantes iniciaram uma marcha em direção a Praça da Liberdade, acompanhados de perto pela Polícia Militar, que montou um forte esquema de segurança. O grupo chegou a atirar pelo menos cinco rojões em direção aos policiais, que não reagiram.   Além de integrantes de movimentos sociais, outros cidadãos se juntaram ao protesto. O locador Mario Pereira, de 49 anos, levou o filho e uma faixa pedindo para o brasileiro “acordar”. “Promoveram várias obras para a população, como metrô, anel rodoviário e hospital do Barreiro, mas só o Mineirão teve prioridade”, reclamou.   Já a advogada Regina Rios, de 45 anos, também engrossou o movimento, apesar do medo da violência do protesto. “Sou contra a Copa e os gastos excessivos com os estádios”, afirmou.   Por onde a marcha seguia, comerciantes fechavam as portas com medo de possíveis ataques. O dono de uma pizzaria da avenida João Pinheiro, Jair Caetano Filho, de 33 anos, foi um dos que se precaveram. “A gente não sabe o que pode acontecer. Melhor prevenir do que remediar”, afirmou.   Os Black Blocs se exibiram somente na avenida João Pinheiro, aumentando a tensão. Ao chegar na Praça da Liberdade, a PM fez um cordão em frente ao relógio da Copa, que fez uma contagem regressiva para a chegada do evento.   A confusão começou por volta das 16h, quando o grupo, conforme a polícia, teria atacado pedras em direção ao relógio. No entanto, os manifestantes acusam os militares de agirem primeiro. Os policiais protegeram a Praça da Liberdade, enquanto vândalos ficaram livres para destruírem o que queriam em seu caminho.   Residências, lojas, a sede da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), duas agências bancárias e até o prédio do Detran foram alvo de pedras. Uma viatura da Polícia Civil foi destruída e virada no órgão estadual, enquanto isso, os policiais permaneciam na Praça da Liberdade, sem intervir.   Um morador de rua, que reclamava da atuação da PM, chegou a ser arrastado por policiais, mas devido a intervenção de populares foi liberado. Parte dos manifestantes se dispersaram após o início da confusão.   O grupo restante, formado por quase 200 pessoas, desceram de volta para a Praça 7. No trajeto, alguns vândalos atacaram uma loja da operadora Vivo e a da drogaria Pacheco. O fiscal Gulivan Nascimento, de 18 anos, era um dos sete funcionários que estavam dentro da farmácia no momento da depredação. “Assim que vimos eles, fechamos as portas. Começaram a chutar e corremos para o fim da loja. Chegamos a achar que iam entrar, mas não conseguiram. Foi um susto grande”, relatou.   Ao chegar na Praça 7, o grupo voltou a fechar o cruzamento e atos de vandalismo se espalharam pela região. Um pequeno grupo chegou a chutar algumas lojas no quarteirão fechado da rua Pataxós e quebraram telefones públicos, outra vez, sem intervenção da PM.   A manifestação só foi encerrada por volta das 18h, com a presença maciça de policiais na Praça 7 e a dispersão do grupo.        

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