Semana Internacional do Café movimenta R$ 85 mi

Raul Mariano - Hoje em Dia
16/09/2014 às 07:54.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:13
 (Ricardo Bastos)

(Ricardo Bastos)

Mais da metade do café produzido no Brasil é colhido em Minas Gerais, que sedia, até quinta-feira, a Semana Internacional do Café, no Expominas. O encontro reúne 150 marcas e deve movimentar R$ 85 milhões em negócios.   O setor agrega produtores e cooperativas num mercado que é responsável por um terço de todo café consumido no mundo. Foi no intuito de reuní-los para apresentar as principais novidades e discutir alternativas para o futuro do segmento que começou, nessa segunda-feira (15), no Expominas, a Semana Internacional do Café. O evento, realizado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) em parceria com o Sebrae e a Café Editora, sedia a nona edição do Espaço Café Brasil, principal feira do setor.  Para o secretário de Estado de Agricultura de Minas Gerais, André Melo, o evento é fundamental para se pensar a importância do setor cafeeiro e a forte participação dele na economia do Estado.    “Temos mais de 100 mil cafeicultores em Minas, mas ainda vivemos um pacto federativo injusto”, disse. “Precisamos de mais apoio do governo federal para criarmos condições de fixar o homem no campo e reverter o êxodo rural”, destacou.   Até o fim do ano, o Estado deve produzir 26,6 milhões de sacas do grão, segundo projeção da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.   Quem também salientou a importância da feira como instrumento de articulação do setor foi o Ministro da Agricultura, Neri Geller. “O café emprega, direta e indiretamente, mais de 8 milhões de pessoas no país. Não há como negar sua importância para o agronegócio”, ressaltou.     Inovações   Os avanços tecnológicos que visam facilitar a vida do agricultor são apontados por especialistas como a melhor arma para aumentar a produtividade das lavouras.    “Hoje, uma xícara de café concentra mais tecnologia do que o chip de computador”, afirma o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras, Márcio Freitas. “O momento vivido pelo setor atualmente é de um avanço tão intenso quanto a revolução industrial”, compara.    Quem também aposta na inovação para alcançar o crescimento é o empresário Cid Bertanha, que resolveu modernizar as funções das máquinas agrícolas que produz, para evitar o desperdício de grãos durante a colheita.   “Criamos uma máquina que recolhe o café que cai no chão num tempo realmente curto. Com isso, reduzimos muito a perda de qualidade do café colhido”, explica Bertanha, que projeta um crescimento de 20% no faturamento para este ano.   Otimista com as oportunidades trazidas pela feira, o produtor de cafés especiais André Sanches Neto aposta na qualidade como forma de crescimento. O nicho “gourmet” já equivale a 15% do café produzido no mundo.    “Nosso trabalho é novo. Ainda temos muito o que crescer, mas já exportamos para Coreia, Estados Unidos e Austrália”, comenta. Microprodutores também apostam no aprendizado trazido pelo evento. É o caso de Julenia da Silva, do Centro Comunitário Rural de Conceição, na cidade de Carangola. “Nossa tradição no café é hereditária. A partir de agora, pretendemos organizar a produção e crescer com isso”, comenta.     Cultivo abrange 600 cidades em MG   A produção nacional de café deve chegar a 50,2 milhões de sacas em 2014, segundo projeção da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais. O país já responde por 35% da produção e 27% das exportações mundiais do produto. Em Minas, o cultivo do café ocupa uma área estimada em mais de 1 milhão de hectares, distribuídos por mais de 600 cidades. O sul do Estado concentra 43% de toda produção. O valor bruto do total produzido em 2013 foi de R$ 8,2 bilhões e até o fim de 2014 deve atingir R$9,3 bilhões.

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