Prefeito diz que embargo de licença para Samarco vai trazer ainda mais prejuízos

Aline Louise e Tatiana Moraes - Hoje em Dia
09/11/2015 às 19:39.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:24
 (Tatiana Moraes/Hoje em Dia)

(Tatiana Moraes/Hoje em Dia)

A avalanche de problemas gerados pela queda das barragens da Samarco em Mariana está só começando. O prefeito da cidade, Duarte Júnior (PPS), disse nesta segunda (9) que deverá fazer demissões e cortar programas, como da escola integral, por causa da perspectiva de queda na arrecadação.
 
Segundo o prefeito, mais de 80% da renda do município advém da mineração. Essas atividades serão reduzidas drasticamente, com o embargo da Licença de Operação (LO) da Samarco. A Vale, que detém uma mina em Mariana, também deve contribuir menos com royalties. “A lama que desceu atingiu uma correia da empresa, ou seja, ela vai produzir menos”, comentou.

O tamanho total do impacto da tragédia ainda será calculado. E para tentar amenizar o rombo, Duarte Júnior informou que vai solicitar ao governo do estado que abra mão, em benefício do município, da sua fatia em uma dívida da Samarco, referente a royalties da mineração.

Mesmo antes da decisão judicial sobre o passivo, a empresa já pagou o valor total de R$ 38 milhões. Inicialmente este recurso foi dividido entre os três entes federados, R$ 23 foram para os cofres municipais. Agora ele pede que o Governo de Minas conceda seus R$ 10 milhões. O restante ficou com a União.

O prefeito defendeu ainda a permanência da mineradora na cidade. “A Samarco emprega mais de 400 pessoas. Se fecharmos a empresa teremos que fechar Mariana”, enfatizou.

Convocação

Duarte Júnior também enviará um ofício aos presidentes da Vale e da BHP, para que compareçam a Mariana e discutam medidas para contornar a crise. “É importante deixar bem claro que elas têm participação na Samarco”, reforçou.

Aluguel

O prefeito garantiu que os desabrigados, que estão agora alojados em hotéis, terão alugueis de casas pagos pela Samarco. Segundo ele, em cerca de 30 dias deve ser concluída a reacomodação das cerca de 600 pessoas.
 
Doações

Neste momento, reforçou o prefeito, novas campanhas de doações de mantimentos aos atingidos estão suspensas, por uma questão de logística. Entretanto, o que for enviado, assim como as doações em dinheiro, será recebido. “Farei um decreto, determinando que qualquer doação em dinheiro só será disponibilizada depois que uma comissão, formada por mim, o bispo Dom Geraldo Lyrio  e dois representantes dos desabrigados aprovar”, informou.

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