Com WhatsApp, crimes caem 40% na Savassi

Letícia Alves - Hoje em Dia
20/11/2014 às 07:14.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:05
 (EUGENIO MORAES/ HOJE EM DIA )

(EUGENIO MORAES/ HOJE EM DIA )

Um mês após a implantação da Rede de Comerciantes Protegidos na Savassi, na zona Sul da capital, o número de ocorrências na região reduziu cerca de 40%, conforme estimativa da Polícia Militar (PM). A quantidade de chamadas para o 190 também teve queda na mesma proporção. O principal fator foi o uso do aplicativo WhatsApp na comunicação entre os lojistas e a corporação. Porém, mesmo com o sucesso da rede, nem sempre o grupo consegue prevenir crimes, principalmente os arrombamentos durante a madrugada.   Um bar tradicional no bairro foi alvo de bandidos três vezes nos últimos 30 dias. “Eles arrombam de madrugada. Nesse período, não tem quem informe o grupo”, disse o gerente Harlley Chaves, que gastou R$ 1.300 para reparar a porta danificada pelos ladrões em uma das ações.   Já uma loja de roupas na rua Alagoas teve um pouco de sorte. Há cerca de duas semanas, dois homens quebraram a vitrine do estabelecimento, mas foram impedidos de roubar depois que a polícia foi acionada via aplicativo. “Aqui virou terra de ninguém durante a madrugada. Os proprietários estão horrorizados. Nunca vi tanto assalto! O pior é que não podemos fazer nada”, lamentou o gerente Rubens Lima. Segundo ele, dez estabelecimentos foram arrombados na região no último mês.   ÍNDICES   Mesmo com os casos, a PM comemora os índices obtidos após a implantação da rede e o uso do WhatsApp. “Os resultados são positivos. Até mesmo o número de mensagens no celular diminuiu porque os crimes estão caindo com a divulgação da rede”, afirmou o comandante da 4ª Companhia do 1º Batalhão, major Marcellus Machado.    Para exemplificar, o militar contou que, há cerca de duas semanas, dois jovens portando facas foram presos graças às mensagens enviadas via WhatsApp. Foi Fernando Bicalho, proprietário de uma loja de cosméticos, que presenciou os homens abordando mulheres na área para assaltar.  Após o comerciante postar no grupo a ação criminosa, outros usuários enviaram informações sobre o trajeto dos suspeitos. “Foram presos cinco minutos depois”, relembrou.    Em outra ação, os usuários do grupo foram alertados sobre um golpista que consumia em bares e não pagava a conta. “A união entre os comerciantes por meio da tecnologia acaba cercando tudo o que está acontecendo aqui, ficando mais fácil para a polícia agir”, avaliou o comerciante Lucas Novaes.   REIVINDICAÇÃO   Para a presidente da Associação dos Lojistas da Savassi (Alsa), Maria Auxiliadora Teixeira de Souza, a rede de comerciantes é uma medida paliativa e não soluciona o problema de segurança na região. “Pouco resolve. Precisamos é de mais policiais na rua”. Proprietária de uma loja de joias, ela recorreu a um forte sistema – com infravermelho, câmeras e alarme – para garantir proteção.    Outra reivindicação dos comerciantes é a ampliação do número de câmeras do Olho Vivo. Atualmente, são nove equipamentos na região. “O reforço foi aprovado no Orçamento Participativo de 2011, e a implantação deveria acontecer no ano seguinte. Informaram que iriam instalar até o fim de 2014, mas até agora nada”, reclamou o diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Alessandro Runcini.   Como funciona   O grupo no Whatsapp é usado apenas por lojistas da Savassi. O cadastro é feito pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), após levantamento realizado in loco nos estabelecimentos. Entre os participantes também estão policiais militares que atuam na região.   Ao suspeitar de alguma pessoacom atitudes estranhas, o comerciante avisa todo o grupo. A interação também é facilitada com o envio de fotos e vídeos de suspeitos.    Com a informação, um policial militar é destacado para checar a denúncia. Se algum estiver perto de onde há informação sobre suspeitos, ele já desloca para lá.   Segundo a CDL-BH, cada lojista deve assumir a responsabilidade de observar o movimento na loja dele e de mais um vizinho. 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por