A estrutura precária do Corpo de Bombeiros, devido à falta de investimentos, mobiliza a Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Após audiência para debater o tema, deputados prometeram recorrer ao Ministério Público. Problemas denunciados pelo Hoje em Dia foram comprovados nos quartéis e serão relatados à Promotoria de Defesa do Patrimônio, para que seja ajuizada ação civil cobrando providências do governo estadual.

As deficiências nos batalhões foram denunciadas em reportagem publicada em 22 de julho, mostrando que atrasos no repasse de recursos compromete a atuação dos bombeiros. Falta dinheiro para a manutenção de viaturas, que ficam paradas nos pátios.

Deputados da Comissão de Segurança Pública visitaram unidades operacionais e receberam planilhas que comprovam o estado crítico dos estoques. No 1º Batalhão, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, faltam luvas, colete salva-vidas, cordas para salvamento, cloro para piscinas de treinamentos e outros equipamentos essenciais.

Reestruturação

Diretor de Assuntos Institucionais do Corpo de Bombeiros, o coronel Edgard Estevo Silva reconhece os problemas, que se arrastam desde o ano passado. Mas garante que, aos poucos, a situação está sendo regularizada. “Recebemos R$ 14 milhões, da taxa de incêndio, e estamos nos reestruturando”, diz.

Em fevereiro, 70% das viaturas estavam paradas por falta de manutenção. Agora, o problema atinge menos de 40% da frota, ou cerca de 420 veículos, segundo o coronel. Além disso, materiais para atendimento pré-hospitalar, como talas e ataduras, já foram adquiridos. “Em 60 dias, serão entregues em todo o Estado”, garante o oficial.

O deputado Sargento Rodrigues considera o prazo muito longo. “É preciso aperfeiçoar o gerenciamento dos recursos e agilizar a distribuição dos produtos”, avalia. Ele afirma que o valor repassado à corporação até agora não está de acordo com a legislação, que prevê a destinação de pelo menos 50% da taxa de incêndio para custeio das unidades operacionais dos bombeiros.

A promessa do governo é resolver a situação neste ano. Segundo o subsecretário de Estado de Planejamento e Orçamento, Ricardo Lopes Martins, serão repassados R$ 33 milhões. “Nos próximos meses, entregaremos esse dinheiro, que corresponderá a 57% do valor recolhido com a taxa de incêndio”, afirma.

Há unidades do Corpo de Bombeiros em 62 municípios mineiros, o que corresponde a 7% das cidades; a média nacional é de 13%

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