Juntos pelo Brasil, mas em casa

Raquel Ramos - Hoje em Dia
28/06/2014 às 09:09.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:10
 (André Brant)

(André Brant)

Belo Horizonte pode até ser a capital dos bares e restaurantes, mas, quem diria, é o conforto de casa que muitos mineiros preferem para torcer pela Seleção Brasileira na Copa do Mundo, junto com os amigos.   Localizado no Buritis, região Oeste da cidade, o apartamento da arquiteta Lívia Sadala, de 24 anos, já foi a arquibancada da família e dos amigos em duas das quatro partidas disputadas pela equipe de Scolari no Mundial. Por lá, a regra é clara: ela mesma compra a comida e divide o valor entre os convidados, que levam bebidas. “O gasto fica em torno de R$ 30 para cada pessoa. Em um bar, passaria fácil disso”.   E não foi apenas o preço que afastou a arquiteta e os amigos dos botecos nos dias de jogos. Em casa, explica, não é necessário chegar com antecedência para garantir lugar próximo à TV, nem mesmo se preocupar com a confusão na hora de pagar a conta, uma vez que várias pessoas dividem a mesma cartela.   Os encontros fazem sucesso. Tanto que as comemorações se estendem por horas após o fim do jogo. “Quem fica até o fim, ajuda na arrumação da casa”, avisa Lívia Salada.   A segurança foi o que pesou mais na decisão da gerente administrativa Suelen Rodrigues Ribeiro Carvalho de transformar a casa, no bairro São Bento, zona Sul de Belo Horizonte, em um miniestádio para os amigos.   “A princípio, ficamos com medo de as manifestações que terminaram em tumulto no ano passado se repetirem em 2014. Mas o preço também influenciou nessa decisão. A notícia que tenho é a de que tudo está mais caro por causa do Mundial”.   No último encontro, ela mesma assumiu a organização. Comprou carne, petiscos e bebida para os convidados que, por sua vez, pagaram uma “cota”. Se depender de Suelen – e se a Seleção ajudar neste sábado (28) contra o Chile –, todos os jogos, até a fim da Copa, serão vistos no aconchego de um lar.   À vontade   Quem também abriu as portas de casa para os amigos torcedores foi a publicitária e blogueira Cissa Santos. “Fico mais à vontade em um apartamento do que em um bar. O ambiente é mais agradável”, diz. Ainda mais para ela que, mãe de um bebê de dois meses, não precisa se preocupar com lugar adequado para uma criança.   Engana-se quem pensa que, sem o clima festivo das ruas, a comemoração é desanimada. “Somos uma turma de 15 amigos, mais ou menos, todos muito animados e divertidos”, afirma a publicitária. No último jogo do Brasil, na segunda-feira, o almoço com comida mineira não custou mais de R$ 10 para cada um.   Supermercados festejam venda maior na Copa   A opção por ver jogos em casa e abastecer a geladeira para dividir com os amigos tem impacto nos supermercados. O crescimento nas compras de bebidas alcoólicas e carnes ajudou a alavancar as vendas no período de Copa.   Segundo a Associação Mineira de Supermercados (Amis), a projeção era de vendas até 20% maiores desses dois itens. Mas, na rede Super Nosso, o resultado extrapolou as previsões da entidade supermercadista. A comercialização de carnes e aperitivos como amendoim, mandioca e frios superou a expectativa, atingindo 30% de aumento.   Pesquisas realizadas dias antes do Mundial já indicavam a demanda pelos produtos, diz Rafaela Nejm, diretora de marketing da rede. Segundo ela, o estoque foi reforçado para garantir o atendimento.   No Martplus, a procura por carne e cerveja tem ajudado a manter o patamar de vendas, diz Roberto Gozende, diretor de marketing da DMA Distribuidora, também detentora das bandeiras Epa e ViaBrasil.   “Ainda não fizemos as contas do percentual de aumento desses itens, mas certamente as vendas cresceram, o que, de certa forma, compensa a menor procura pelos demais produtos”, pondera Gozende.

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