A Cemig aumentou em 46,8% o valor de sua dívida consolidada desde o primeiro trimestre do ano passado até o terceiro trimestre deste ano, quando os compromissos atingiram R$ 13,8 bilhões. Entre 2015 e 2017 estão os períodos mais críticos de amortização, o que diminui o “fôlego” da empresa. A Cemig, no entanto, tem se movimentado para viabilizar o pagamento. Além das medidas já adotadas, também deve recorrer a outras formas de financiamento, como emissão de debêntures.
No final de outubro, o governo – controlador da companhia – editou três decretos permitindo a utilização de recursos de capital próprio da elétrica para amortização de dívidas, aquisição de ativos e pagamento de remuneração a seus acionistas.
Foram R$ 2,5 bilhões liberados de recursos próprios e de terceiros para pagar dívidas, outros R$ 800 milhões para dividendos e R$ 635 milhões para uso em aquisições.
Para o presidente do IMMC, Paulo Ângelo, a Cemig ainda tem mecanismos de rolagem de sua dívida, mesmo que o cenário seja mais desafiador. “O aumento do endividamento da Cemig sempre veio acompanhado de formas para alongar o pagamento, como a emissão de debêntures, o que deve ocorrer”, disse.
Pedro Galdi, analista da Whatscall, avalia que a empresa está negociando covenants (requisitos de desempenho para contratar crédito) com os credores para abrir espaço para novas contratações. Para ele, a Cemig terá de aceitar crédito mais caro porque dificilmente terá geração de caixa suficiente para honrar os compromissos. “Com uma dívida alta como a da Cemig e com covenants no limite, a situação fica muito desconfortável”, afirmou.