A época em que o samba e o jazz se conheceram

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
08/06/2015 às 08:28.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:23
 (Divulgação)

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Em 2008, o músico Mario Adnet lançou nos Estados Unidos e no Canadá o álbum “Samba Meets Boogie Woogie”, fruto de uma pesquisa sobre músicas feitas nos anos 1940 e 1950, momento em que o samba brasileiro recebeu influência do jazz americano – ritmo que começava a tomar espaço nas rádios daqui.   Felizmente, a pesquisa do músico não ficou restrita a um lançamento em território estrangeiro. Antonia Adnet, filha de Mario, decidiu levar esse repertório para seu terceiro álbum, “Tem + Boogie Woogie no Samba”, que chega ao mercado pela chancela da Biscoito Fino.   São 12 faixas, relembrando pérolas deliciosas como “Bahiana no Harlem” (feita por Denis Brean e Oswaldo Guilherme em 1950) e “Chiclete com Banana” (clássica criação de Almira Castilho e Gordurinha, lançada em 1958). Além das letras, o encarte da obra conta uma mini-história de cada música. A única contemporânea é “Astronauta no Asfalto”, feita pelos irmãos Mario e Chico Adnet dentro de uma série chamada “Falso Antigo”.   “O repertório é, em sua maioria, fruto da pesquisa original de Mario e Alfredo Del-Penho. Mas dessa vez Pedro Paulo Malta e Rodrigo Alzuguir trouxeram novidades e raridades para o disco, como ‘Cadê a Jane?’, de Wilson Baptista e Erasmo Silva, e parte da letra (inédita em gravação) de ‘Joãozinho Boa Pinta’, que Haroldo Barbosa fez especialmente para o dueto de Lucio Alves e Dircinha Batista em um programa da Rádio Tupi, em 1952”, conta Antonia Adnet, que gravou as bases ao vivo no estúdio para oferecer uma sonoridade “vintage” para o álbum.   Pré-Bossa   Para a artista, o mais interessante em lidar com esse repertório é compreender, a partir dele, conhecer um pouco mais sobre a história cultural do Brasil. “A entrada dessas cadências do jazz na música brasileira trouxe uma modernidade que foi básica para a transformação tão evidenciada na bossa nova. A modernidade já existia nesses sambas, o conceito de roupagem é que ainda era antigo. Esse assunto é muito controverso mas o que acho é que não existe música pura, é tudo uma grande mistura, assim como nós todos somos misturas de raças”, afirma.   olho: Ele sempre me influenciou demais, a começar pela infância dentro de estúdios e indo a shows. Mais tarde, já adolescente, comecei a prestar atenção na maneira que ele tem de trabalhar, sempre com um conceito bem amarrado, muita pesquisa e preparação” Antonia Adnet, sobre o pai, Mario

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