Filhos de pilotos demonstram paixão pelo voo livre

Ana Lúcia Gonçalves - Hoje em Dia
04/03/2015 às 07:35.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:13
 (Leonardo Morais)

(Leonardo Morais)

GOVERNADOR VALADARES - Com um ano e seis meses de idade o pequeno Daniel ainda não consegue expressar com palavras o que sente quando o pai, o piloto de voo livre Fernando de Brito Inácio, abre o parapente. Nem precisa. Ao primeiro sinal de que haverá um voo o menino salta do colo da mãe e corre para assumir seu lugar entre os que ajudam o pai a abrir ou dobrar a vela (parapente). De vez em quando chora querendo voar.   “O Daniel é um observador do céu. Gosta da lua, do sol e vê tudo que passa voando. Adora mexer com os equipamentos e o parapente. Por isso acho que vai herdar a minha paixão pelo voo livre, o que me deixa muito orgulhoso”, conta o piloto carioca, que participa em Governador Valadares, no Leste do Estado, da 1ª etapa do Campeonato Brasileiro de Parapente.    O campeonato, que reúne 123 atletas, prossegue até sábado, com decolagens do Pico da Ibituruna, a 1.123 metros de altitude. E vale vaga no mundial da Itália, em 2017. A competição tem formado novas gerações de voadores. “O esporte é radical, mas seguro. E é bonito de se ver. Vou ficar feliz se o Daniel seguir os passos do pai”, revela a mãe do menino, a fonoaudióloga Rísia Lopes.   Desejo de voar   Glenda Campus Chagas, que é esposa do piloto carioca André Modelo, também acompanha os primeiros passos do filho no voo livre. Pedro tem um ano e nove meses, mas demonstra saber o que quer: voar. Os olhos do garotinho brilham toda vez que o pai decola. E quando o tchauzinho vindo do alto é visto por Pedro... Aí a festa é completa.   “O Pedro adora ver o pai voando. Não tenho dúvidas de que já ama o voo livre”, diz Glenda. Ela conta que acompanha o marido sempre que pode, pois quer manter a família unida, inclusive no esporte.    O piloto capixaba Frank Brown, de 44 anos e 11 vezes campeão brasileiro de parapente, acompanha entusiasmado a nova geração. Ele herdou do pai, Morris Brown, a paixão pelo esporte. Em 2007, o veterano morreu do coração, aos 74 anos, em pleno voo.   “Eu ficava fascinado e pedia ao meu pai para me ensinar. Fiz meu primeiro voo sozinho aos 11 anos. Aos 12, voei de asa delta aqui em Valadares”, conta Brown, um dos favoritos deste Brasileiro. Mas o piloto desaconselha crianças e jovens com menos de 16 anos a voarem sozinhos e alerta que o risco é inerente ao esporte.    Dia difícil   As provas da última terça-feira (3) não foram das melhores para os pilotos. As nuvens pesadas e a falta de térmicas tornaram o percurso de 60,7 quilômetros pesado e cheio de riscos. Para Frank Brow, foi o dia mais difícil desta temporada, exigindo muita técnica. A previsão do resultado era uma loteria.   O piloto Jarbas Melo/RS foi o primeiro a chegar no pouso pela categoria Open. Mas ainda precisava de pontuação para saber se era o vencedor do dia.   Os melhores tempos da última terça-feira (3) foram cravados pelos pilotos Deonir Spancerski/SC, Fernando Cezar Ignacio/RJ e Rinaldo Couto/MG. Moisés Sodré – o Moka – foi o valadarense melhor colocado, na 22ª posição. 

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