Vasco e Cruzeiro: conexão Rio de Janeiro - Belo Horizonte

Rodrigo Rodrigues - Hoje em Dia
20/11/2013 às 09:14.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:15

Quem lida com o futebol tem o hábito de dizer que o “se” não entra em campo, não joga. Mas costuma servir para mostrar como os caminhos do mundo da bola podem reservar surpresas, agradáveis para uns, nem tanto para outros.

Sábado, quando Vasco e Cruzeiro se encontrarem às 19h30 no Maracanã, pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro, o “se” deixará de ser um mero pronome para assumir lugar de destaque em um jogo de futebol.

Em ambos os lados estarão nomes que, “se” não tivessem tomado determinadas atitudes, estariam em situações distintas. A afirmação pode ser óbvia, mas se torna curiosa quando colocados frente à frente a Raposa, campeã antecipada, e o cruz-maltino, agonizando na zona da degola, em 18º, com 38 pontos.

A lista dos personagens é encabeçada pelo técnico Marcelo Oliveira. De setembro a novembro de 2012, ele dirigiu o clube de São Januário, em dez partidas, e pediu para ir embora. Os dois meses de salário atrasado não teriam influenciado na atitude do treinador. “Tomei a decisão espontânea, pois percebi que não conseguiria mudar a situação em um curto espaço de tempo”, explica o comandante azul.

Sorte do Cruzeiro, mesclada à ousadia e à coragem do presidente Gilvan de Pinho Tavares, ao enfrentar a rejeição da torcida quanto ao nome de Marcelo. “Se” tivesse ouvido os apupos das arquibancadas, o cartola não teria contratado o profissional que montou o time tricampeão do Brasil.

Agora, Gilvan aposta suas fichas novamente no comandante, para que ele conduza o clube do Barro Preto à terceira conquista da Copa Libertadores. Prova disso é que na terça o contrato de Marcelo Oliveira foi renovado até dezembro de 2014.

Justiça

Além do treinador, a Raposa trouxe de São Januário Nilton, em janeiro, e Dedé, em abril, peças fundamentais na conquista. O volante acionou a Justiça para deixar o time carioca devido ao atraso no pagamento do FGTS.

No rastro da crise, o zagueiro chamado de “Mito” foi vendido para amenizar os problemas de caixa na Colina. Como parte do negócio, o Cruzeiro cedeu o jovem Alisson, de 20 anos. No entanto, ele ficou apenas três meses na nova casa e voltou para a Toca II.

“Quando o Dorival (Júnior) chegou, deixei de ter chance”, conta Alisson. Bom para ele, pois “se” tivesse continuado no Rio, não teria colocado no currículo o primeiro título como profissional. Pelo contrário, estaria lutando contra a queda. “Estou muito feliz com o título, mas torço para que eles saiam desta situação”, pondera.

Completa o grupo que trocou o Rio por Belo Horizonte o goleiro e capitão Fábio. Em 2005, ele desembarcou definitivamente na Toca (teve curta passagem pelo clube em 2000), para se tornar um dos principais ídolos da história cruzeirense.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por