Sete esculturas em tamanho natural, produzidas em papel jornal. Assim é o presépio do artista plástico Geraldo Cézanne, em exposição no Centro de Arte Popular da Cemig, em cartaz até 6 de janeiro, Dia de Reis. A primeira obra que celebra o nascimento de Jesus Cristo, na mostra “Natal Feito em Papel”, é o Anjo da Anunciação, seguida pelos Reis Magos e a Sagrada Família. Todas as obras podem ser vistas no espaço, que estará aberto nesta quarta-feira (24), assim como o Museu Mineiro – os outros espaços do Circuito Cultural Praça da Liberdade estão fechados.
Geraldo Cézanne diz que se inspirou no mestre do barroco mineiro, Antônio Francisco Lisboa. “Busquei alguns traços do trabalho de Aleijadinho e utilizei o jornal como matéria-prima, pensando no reaproveitamento deste material. A reciclagem não é mais uma ideia, é um fato”, diz Cézanne, apostando em um Natal mais humano, sustentável e menos comercial.
Mais do que isso, o artista considera que o natal deve sempre cumprir sua função. “A verdadeira característica é o compartilhamento, o encontro de famílias, amigos e a solidariedade”, ressalta.
Os rostos das escultura de Cézanne foram talhados em isopor e preenchidos com jornal. O artista conta que desenvolve essa técnica há pelo menos 15 anos, quando começou a estimular a técnica de criação em seus alunos. Em 2006, ele realizou a primeira exposição, fruto dessa experiência, sob o título “As Damas do Ouro Castanho”, que trazia uma abordagem em torno da influência do café na cultura brasileira.
Natural de Divinolândia de Minas, mas desde criança morando em Belo Horizonte, Geraldo Cézanne, de 46 anos, prossegue com seu trabalho em papel jornal, com esculturas (tamanho natural) de personagens da história brasileira, como Juscelino Kubitschek, Xica da Silva, Zumbi do Palmares, Clarice Lispector, Monteiro Lobato, Vinícius de Moraes e Clara Nunes, só para citar alguns exemplos.
Exposição “Natal Feito em Papel”, no Centro de Arte Popular da Cemig (rua Gonçalves Dias, 1.608). De terça a sábado, das 10h às 19h. Quinta, das 12h às 21h. Domingo, das 12h às 19h. Entrada franca.

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