Tema de uma retrospectiva completa no Cine Humberto Mauro, a partir desta sexta-feira (18), o cineasta polonês (naturalizado americano) Billy Wilder sempre chamou a atenção por seus diálogos rápidos, afiados e recheados de ironia em filmes como “Se Meu Apartamento Falasse” e “Quanto Mais Quente Melhor”. Gerente do cinema e fã confesso do diretor, Rafael Ciccarini não tem dúvidas que Wilder é um dos maiores roteiristas da história do cinema americano, mas teme que esse reconhecimento esconda as qualidades do realizador como aquele que sabe muito bem onde colocar a sua câmera.   “Era exímio com a sua câmera. Basta lembrar as cenas iniciais de ‘Crepúsculo dos Deuses’, em que filma as ruas de Hollywood a partir da sarjeta. Sem dizer nenhuma palavra, Wilder já acentuava as entranhas da cidade, grande tema dessa que é uma de suas muitas obras-primas”, destaca. Falecido em 2002 após dirigir 26 longas, Wilder transitou com desenvoltura por vários gêneros, do noir ao drama. Além de trabalhar com alguns dos maiores atores de sua época, como Marlene Dietrich, Tony Curtis, Jack Lemmon e Marilyn Monroe. “Ele tinha um timing incrível na direção de atores. Não gostava que improvisassem, mas as falas sempre soavam naturais”.   Ciccarini conta que as escolhas de elenco pautavam-se pelo carisma ou fotogenia. O que explica a participação de Marilyn Monroe em três filmes. “Ela bebia muito e faltava às filmagens. Quando perguntaram como ele aguentava, Wilder respondeu que sua tia de 60 anos nunca atrasou na vida, mas que, infelizmente ninguém queria ver um filme com ela”.     Oi Futuro segue com Mostra de Animação Francesa   A Mostra de Animação Francesa no Oi Futuro (av. Afonso Pena, 4001, Mangabeiras) continua neste sábado (19) com a exibição de “Mia e Migou”, às 16h. Dirigido por Jacques-Rémy Girerd, o filme acompanha um operário que deixa a sua filha para trabalhar na construção de um hotel na Floresta Amazônica. Gratuito.

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