Mitos sobre o câncer de mama deixam mulheres confusas

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
07/10/2014 às 08:01.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:30
 (Ricardo Bastos)

(Ricardo Bastos)

Quando o assunto é câncer de mama, sobram “especialistas” no assunto para falar de fatores de risco, prevenção e tratamento. Para muitos, o uso de antitranspirantes foi condenado por aumentar a incidência da doença, assim como as próteses de silicone, “acusadas” de mascarar sintomas. Já o chá verde vem sendo considerado um “santo remédio”.

Diante de tanta informação, a bacharel em direito Ana Carolina Calabró, de 39 anos, ficou confusa. Há cerca de dois anos, ela recebeu o diagnóstico de câncer de mama e, só então, começou a diferenciar o que era mito do que era verdade.

“Tem gente que também diz que se não houver histórico na família, não existe chance de desenvolvermos a doença. Mas comecei a ver que não é bem assim. Depois de tudo que passei, fui aprendendo”, conta.

E o aprendizado foi intenso. Ana Carolina passou por uma mastectomia, reconstrução da mama, 16 sessões de quimioterapia e outras 28 de radioterapia ao longo de um ano e sete meses de tratamento.

“Hoje, tento viver uma vida normal, com a cabeça erguida, e tento passar o que aprendi para outras pessoas, por meio de um grupo na internet onde troco experiências com ouras pacientes”.

Esclarecimento

De acordo com o oncologista Fábio Reder, da Oncomed-BH, grande parte do que é falado sobre o câncer de mama não tem fundamento. Ele ressalta que não há comprovação científica referente à interferência dos desodorantes e do chá verde na saúde das mulheres, por exemplo.

“O silicone também não prejudica, desde que a paciente seja periodicamente acompanhada por um profissional e realize mamografias bem feitas”.

Por outro lado, o médico lembra que alguns fatores podem, sim, contribuir para o surgimento da doença. É o caso da ingestão exagerada de bebidas alcoólicas, do tabagismo e da alimentação inadequada, pobre em nutrientes. À lista, ainda pode-se acrescentar o estado emocional.

“Nesse caso, não existe uma definição científica, mas, na prática médica, vemos que alguns pacientes têm mais propensão a desenvolver determinadas doenças quando não levam uma vida emocionalmente saudável”, afirma Reder.

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