Morte em estação faz PBH transferir manutenção para as concessionárias

Alessandra Mendes* - Hoje em Dia
26/12/2014 às 07:52.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:29
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Depois da morte de uma pessoa, atingida por um ônibus do Move, a prefeitura repassou às concessionárias de ônibus a responsabilidade pela manutenção das portas automáticas das estações de transferência. A decisão foi anunciada nesta quinta-feira (25) pelo prefeito Marcio Lacerda, horas depois do acidente.

A vítima, um homem que, até as 18h desta quinta-feira (25), não havia sido identificado, foi atingida ao colocar a cabeça para fora da estação para checar a aproximação do veículo. A porta, que, em tese, deveria ser acionada apenas na hora do embarque ou desembarque, estava estragada – e permanentemente aberta.

O acidente aconteceu na noite de quarta-feira, na estação São Francisco, no corredor do Move na avenida Antônio Carlos, região da Pampulha.

Nesta quinta-feira (25), a reportagem do Hoje em Dia percorreu todas as estações de transferência que integram o corredor Antônio Carlos/Pedro I. Das 51 plataformas, 36 apresentavam problemas no sensor. Por isso, as portas estavam sempre abertas. A reportagem fez vários flagrantes de pessoas colocando a cabeça para fora, submetendo-se ao mesmo risco de atropelamento.

“É normal verificar se o ônibus está chegando colocando a cabeça para fora. As pessoas fazem isso porque os visores que deveriam informar o horário da chegada do coletivo nem sempre funcionam”, afirmou a gerente de padaria Ineida Pereira Araújo, de 36 anos, que costuma utilizar a estação São Francisco.

A situação ainda gera outros transtornos. “Como as portas estão sempre abertas, falta segurança, Ficamos aqui à mercê de bandidos. Ninguém precisa passar pela catraca, basta pular e entrar”, diz Ineida.

Uma atendente de vendas do Move, que pediu para não ser identificada, afirma que muita gente entra na estação sem pagar passagem por causa das portas sempre abertas.

Sem valor

Segundo o prefeito, será preciso fazer um aditivo contratual para que as empresas de ônibus façam a manutenção das portas. “As empresas de ônibus são as maiores interessadas no bom funcionamento das portas. A partir de agora, elas assumem o serviço de operação e manutenção”, afirmou Marcio Lacerda, no almoço de Natal no Restaurante Popular, no Centro de BH. O valor do aditivo não foi informado.

Investigação

Lacerda evitou falar sobre as causas do acidente, alegando que ainda espera a apuração do caso pela BHTrans. “Existem ali aqueles visores, painéis que informam o tempo de chegada de cada linha. Portanto, essa é a forma correta de as pessoas tomarem conhecimento do tempo que falta para uma determinada linha chegar”.

Para oferecer mais segurança nas estações, a BHTrans vai implantar um sistema de acionamento por radiofrequência, no qual o próprio motorista abre as portas da estação quando estaciona.

A mesma tecnologia também deve ser instalada nos ônibus metropolitanos, segundo a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop).

(* Com Raquel Ramos - Hoje em Dia)

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