Governo da Guiné nega que presidente foi ao desfile e doação à Beija-Flor

Agência Estado
19/02/2015 às 14:57.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:05
 (ANDRÉ LUIZ MELLO/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO)

(ANDRÉ LUIZ MELLO/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO)

O governo da Guiné Equatorial divulgou na manhã desta quinta-feira (19), um comunicado assinado pelo ministro da Informação, Teobaldo Nchaso Matomba, informando que Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, presidente do país, não veio ao Rio de Janeiro para assistir ao desfile da Beija-Flor, realizado na segunda-feira de carnaval, 16.

O presidente, segundo o texto, encontrava-se nesse dia em viagem de trabalho à República de Camarões, para participar da Reunião Extraordinária de Segurança do Comunidade Econômica dos Estados da África Central. O encontro tinha como objetivo pensar soluções conjuntas para conter o Boko Haram, organização extremista islâmica.

O texto diz que "a iniciativa da homenagem não partiu do governo da Guiné Equatorial, nem da presidência. Trata-se de uma iniciativa que surgiu das empresas brasileiras que operam na Guiné Equatorial, conjuntamente com a escola Beija-Flor". Não informa quais empresas, mas integrantes da agremiação já mencionaram a Queiroz Galvão, a Andrade Gutierrez, a ARG e a Odebrecht, entre outras.

O único aporte foi de informação sobre o país, além do envio de bailarinos do Balé Nacional da Guiné Equatorial, que participou do desfile. Ou seja, o país nega ter ajudado a escola de samba com R$ 10 milhões, como foi divulgado pela imprensa brasileira.

O texto critica quem "se interessa em manter este estereótipo colonial da África, de pandemias e guerras, incapaz de resolver seus problemas, necessitada de ajuda para sua subsistência e corrupta", e menciona em especial o jornal norte-americano The Wall Street Journal e a agência de notícias norte-americana Associated Press, que divulgaram uma fotografia do vice-ministro de governo, José Mba Obama, como sendo do presidente. O comunicado felicita a Beija-Flor pela vitória e o governo brasileiro pela realização do carnaval.

A apresentação foi acompanhada pelo vice-presidente Teodoro Nguema Obiang Mangue, que é filho do presidente, de um camarote, e por outros membros do governo, segundo a representação diplomática da Guiné Equatorial no Brasil.

"Estão fazendo muita confusão. Tiraram uma foto do vice-ministro, que realmente é um pouco parecido com o presidente, e disseram que era ele. O presidente não veio porque estava sem agenda", disse ao jornal O Estado de S.Paulo Maria Catta-Preta, secretária do embaixador, Benigno-Pedro Matute Tang. "Temos todo o interesse de passar as informações corretas. A homenagem da Beija-Flor foi um sucesso."

Nesta quarta-feira (18), o vice-presidente decolou da base aérea do Galeão, na zona norte do Rio, rumo à Europa, disse Maria. Ela não soube informar se ele retornará para o desfile das campeãs, neste sábado, 21, que será fechado pela Beija-Flor. A secretária ficou muito contente com a vitória da escola, mas não chegou a ir à quadra, em Nilópolis, na Baixada Fluminense, para parabenizar seus integrantes. O embaixador esteve lá, com a ministra da Cultura e Turismo, Guillermina Mekuy Mba Obono, que desfilou, outros membros do governo e bailarinos.

Outro lado

A Odebrecht não patrocinou o desfile do Grêmio Recreativo Escola de Samba Beija-Flor, do Rio de Janeiro. A Odebrecht esclarece ainda que nunca realizou obras na Guiné Equatorial. A empresa chegou a manter um pequeno escritório de representação no país africano, mas ele foi desativado em 2014.
http://www.estadao.com.br

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por