'Lava Jato' não é '3º turno eleitoral', diz ministro da Justiça

Folha Press
15/11/2014 às 14:27.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:01

Na primeira manifestação do governo federal após as prisões de executivos de empreiteiras na nova fase da operação "Lava Jato" da Polícia Federal, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) criticou neste sábado (15) o que chamou de tentativa de "politização" das ações.   Sem citar nomes, o ministro disse que rechaça a "tentativa de politizar [as investigações] para prolongamento de palanques políticos". "Talvez não tenham se apercebido que o resultado das urnas já foi dado. Já há vencedores", disse. "A oposição não pode usar as prisões para criar um terceiro turno eleitoral.   "O governo não aceitará intimidações, nem acusações indevidas", completou Cardozo. "O Brasil é um Estado de direito, com instituições fortes e este é um governo de combate à corrupção."   Nos últimos dias, o senador tucano Aécio Neves (PSDB) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticaram o governo pelas irregularidades.   O ministro afirmou que falou com a presidente Dilma Rousseff por telefone e recebeu dela sinal verde para uma investigação irrestrita, "doa a quem doer". A presidente Dilma, que participa da cúpula do G-20, na Austrália, não comentou as investigações.   Cardozo informou que a PF recebeu R$ 20 milhões extras para conduzir as investigações. "Não importa se há políticos ligados ao governo, da oposição ou pessoas com poder econômico. O governo não mudará sua conduta. A melhor forma de defender a Petrobras, uma empresa vital para o país, é que tudo seja esclarecido."   Ainda segundo o ministro, sete empreiteiras envolvidas tiveram bloqueio de R$ 720 milhões proporcional aos contratos sob suspeita.   O governo estuda agora uma forma de "blindar" as operações da Petrobras. "A empresa não pode parar caso sejam detectadas irregularidades nos contratos", disse.   Cardozo reforçou que isso não significa julgamento prévio. As construtoras estão sendo investigadas por suspeita de pagamento de propina para obtenção de contratos. Segundo a PF, parte do dinheiro abasteceu campanhas de políticos ligados ao governo e à base aliada.   Caso as suspeitas sejam confirmadas, essas empresas ficariam inidôneas. Por lei,  ficariam impedidas de realizar qualquer negócio com o setor público. Isso incluiria também as obras do PAC.

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