Segurança frágil para carro-forte em Minas Gerais

Fernando Zuba - Do Hoje em Dia
05/09/2012 às 10:08.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:01
 (Frederico Haikal/Hoje em Dia)

(Frederico Haikal/Hoje em Dia)

Violência, falta de segurança e equipamentos inadequados e obsoletos deixam vulneráveis, e na mira de criminosos, profissionais que trabalham com o transporte de valores em Minas Gerais.

De acordo com o sindicato da categoria, nos últimos seis meses foram registradas nove ocorrências de assalto a carros-fortes, com três mortes, e sequestros-relâmpago de funcionários. Diante desse quadro, representantes do segmento decidiram, nesta terça-feira (4), em assembleia, entrar em greve por tempo indeterminado.

O presidente do Sindicato dos Empregados de Transporte de Valores de Minas Gerais (Sintrav-MG), Emanoel Sadir, afirma que os profissionais trabalham com armamento impróprio e sem radiocomunicador. O aparelho deveria ser obrigatório, pois é considerado pela Polícia Federal como item de segurança.

Longe do trabalho

Além disso, os veículos estariam em péssimas condições de conservação. “Temos colegas com depressão, estresse, pressão alta e problemas na coluna”, diz Sadir. Segundo ele, cerca de 30% da categoria está afastada do trabalho por problemas de saúde. Para que os contratos com as instituições financeiras, incluindo bancos e cooperativas de crédito, não sejam rompidos, as empresas de transporte de valores estariam escondendo a situação.

“O problema é muito grave. Para piorar, o funcionário atacado por bandidos não recebe sequer assistência médica ou psicológica”, diz o presidente do Sintrav-MG.
Sadir denuncia ainda que, com o aumento das explosões de caixas eletrônicos na capital e região metropolitana, as transportadoras estão trocando os carros-fortes por veículos leves, para chamar menos atenção. “Mandam dois vigias armados em um carro vulnerável, que não oferece segurança alguma”.

Reajuste

Além de segurança e melhoria nas condições de trabalho, a categoria reivindica 27% de reajuste salarial. A classe patronal teria oferecido 4,5%.
“Nosso pessoal trabalha de 16 a 18 horas por dia, sem receber horas extras”, reclama Sadir. Devido à greve, pode haver desabastecimento de dinheiro em bancos e caixas eletrônicos, em especial a partir do quinto dia útil do mês, na próxima segunda-feira.

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