Algoz de Flamengo e Santos na Libertadores, Cabanãs luta para retomar carreira na 2ª Divisão

Gláucio Castro - Hoje em Dia*
21/07/2013 às 08:54.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:14

ASSUNÇÃO (Paraguai) – Um tiro na cabeça sofrido no banheiro de um bar na Cidade do México, em 25 de janeiro de 2010, o deixou dois meses em coma, entre a vida e a morte. A bala, que segue alojada em seu corpo, interrompeu a carreira no melhor momento, mas não foi suficiente para impedi-lo de sonhar. “Eu quero voltar à Seleção”, diz o atacante paraguaio Salvador Cabañas, de 32 anos.
 
Três anos e meio após a tragédia que quase tirou a sua vida, o carrasco de clubes brasileiros, como Flamengo e Santos, na Copa Libertadores de 2008, vive a rotina sofrida de um principiante. No início de 2013, assinou contrato de um ano no com o modesto General Caballero, clube da Segunda Divisão do futebol paraguaio.
 
Na tarde da última quarta-feira, Cabañas recebeu a equipe de reportagem do Hoje em Dia durante um treino do seu novo time, e falou um pouco de sua vida, do tiro, da carreira e do futuro. Os 37 dias que passou internado, lutando contra a morte, não o deixaram com nenhuma sequela grave. Mas é visível que ele tem algumas limitações.

A fala está perfeita, a memória também. A agilidade não é a mesma do passado. Durante a conversa, as mãos chegaram a tremer em vários momentos. Os movimentos bruscos com a cabeça também devem ser evitados.

Apesar de falar pouco, Cabañas demonstra bom humor e brinca bastante com os companheiros e integrantes da comissão técnica.

Ao saber que muitos brasileiros rezaram pela sua recuperação e que admiravam o futebol que ele apresentava, ele deixou escapar a primeira piada. “Sério? Gostam de mim. Eu cansei de fazer gols neles”, disse, em tom de brincadeira.

http://www.hojeemdia.com.br/esportes/tudo-o-que-mais-quero-e-voltar-a-selec-o-diz-salvador-caba-as-1.148931
Torcedor do Flamengo, o goleiro da Seleção Brasileira, Julio Cesar, chegou a admitir que sentiu um pouco de raiva de Cabañas, quando ele marcou dois gols na vitória do América do México, por 3 a 0, no Maracanã, que tirou o Rubro-Negro da Libertadores de 2008.
 
O Santos e a Seleção Brasileira também tiveram a rede balançada pelo oportunismo de Cabañas, chamado na época de “Gordinho”, devido à dificuldade para se manter em forma.
 
Mas hoje a realidade do atacante é bem diferente. Ele está praticamente esquecido. Mas não desanima e treina todos os dias com a mesma determinação de quem está começando
 
Diariamente, Cabañas para sua imponente BMW X-6 branca, sempre dirigida pelo cunhado, em frente ao portão principal do centro de treinamento e estádio do General Caballero. A entrada e saída é sempre discreta. Muitos paraguaios nem sabem que ali está um jogador que já deu muitas alegrias à torcida com o uniforme vermelho e branco da seleção.

*Enviado especial


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