Rufo Herrera é uma das atrações gratuitas na Praça da Liberdade

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
17/01/2014 às 06:42.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:24
 (Rafael Motta/UFMG)

(Rafael Motta/UFMG)

Ele tem 80 anos de idade e não quer pensar em aposentadoria da vida de artista. O argentino Rufo Herrera continua a ministrar seu curso de música para o teatro na Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e a compor e tocar em seu bandoneón. Quem quiser vê-lo em ação, ao lado dos companheiros de Quinteto Tempos, basta conferir a apresentação que será feita na noite deste sábado, na Praça da Liberdade.

O Quinteto Tempos é apenas uma das atrações do “Circuito Aberto”, programa de ocupação artística do Circuito Cultural Praça da Liberdade, que traz várias atrações neste fim de semana (confira programação ao lado). Antes do grupo de Herrera subir ao palco, se apresenta a banda de rock instrumental Constantina, com o repertório baseado no CD “Haveno”.

Para a apresentação do Quinteto Tempos, foi definido que o repertório seria focado em “Toda Música”, de 1999. “A escolha aconteceu por ser um álbum que varia entre a música popular, a barroca e a contemporânea”, explica Rufo Herrera, acrescentando que a apresentação também terá obras de Piazzolla e outros compositores argentinos.

Formado ainda por Antônio Viola (cello), Fernando Santos (contrabaixo), Fred Selva (vibrafone) e Gleidson Araújo (violão), o Quinteto Tempos retoma a carreira iniciada em 1992. Desde 2011, o grupo não se apresentava em Belo Horizonte.

Erudito

No próximo dia 27, Rufo entra no estúdio. Começa a gravar uma suíte que criou exclusivamente para o bandoneón, que não costuma ser encarado como um instrumento de concertos.

“Depois do sucesso de Piazzolla, pessoas em todos os lugares do mundo passaram a tocar o bandoneón. Vejo um renascimento do instrumento, mas falta literatura sobre ele e repertório específico para o instrumento”, afirma Herrera, que vai disponibilizar gravações e partituras na internet.

Radicado em Minas Gerais desde 1979, Herrera explica que, entre todos os lugares do país onde viveu (Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro), aqui foi o que lhe provocou maior identificação. Consequentemente, a cultura mineira influenciou seu trabalho.

“Aos poucos, você vai entendendo melhor aquele povo, aquela terra, e cria vínculos. Dei cursos pelo interior de Minas, no Vale do Jequitinhonha, e fui muito influenciado pela literatura de Guimarães Rosa”, diz o artista, que realizou o espetáculo musical “Sertão Sertões”, em 2001, baseado no clássico “Grande Sertão: Veredas”.
 

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