Catástrofe de Fukushima não afetou esperma de touros

AFP
09/10/2013 às 07:55.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:11

TÓQUIO - Os testículos e o esperma de dois touros abandonados na zona proibida ao redor da central nuclear de Fukushima não foram afetados pelas radiações na catástrofe nuclear, afirmou nesta quarta-feira (9) um estudo universitário japonês.

"A concentração de césio radioativo nos testículos era a metade da registrada nos músculos esqueléticos", indicou o estudo.    

"Os espermatozoides dos touros eram normais tanto em quantidade quanto em tamanho e composição", acrescentou o estudo, que permitiu descartar a hipótese inicial.

"Como os testículos são relativamente sensíveis à radioatividade, estimávamos que as radiações poderiam ter provocado mudanças na morfologia ou na qualidade destes órgãos", indicou o estudo.

Os pesquisadores encontraram nos testículos e esperma concentrações de césio 134 e césio 137 mais ou menos similares às de outros órgãos dos touros, com exceção dos músculos, onde eram mais elevadas.

No entanto, os níveis de césio nos órgãos destes animais eram amplamente superiores ao máximo autorizado para o consumo alimentar, fixado em 100 becquerels por quilo. Estas substâncias radioativas representam um risco porque permanecem por um longo tempo no organismo.

Os cientistas seguem examinando os touros para analisar o conjunto do genoma. O estudo pode fornecer elementos aos cientistas para que eles compreendam melhor o eventual impacto do acidente na capacidade de reprodução.

Mas, por hora, os autores declararam que não era possível tirar conclusões definitivas da análise, já que apenas dois animais foram analisados. Os dois touros examinados foram encontrados em setembro de 2011 e janeiro de 2012 na zona de exclusão de 20 km ao redor da central de Fukushima Daiichi.

Esta região foi completamente evacuada devido às radiações emitidas pela central, destruída por um tsunami no dia 11 de março de 2011. O estudo foi publicado na revista Scientific Reports, que forma parte do grupo que publica a Nature.

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