Surfer Blood chega ao País para shows em São Paulo e no Rio de Janeiro

Agência Estado
17/01/2013 às 11:26.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:43

Em 2010, uma onda de bandas "praianas" foi decretada hype pela blogosfera indie. O que tinham de arenosas e ensolaradas? Uma, Surfer Blood, sugeria mordida de tubarão no nome; outra, The Drums, emplacava o hit "Let’s Go Surfing", com referências a Dick Dale. Para completar, as duas vinham da Flórida. Mas a ideia de um revival de surf rock foi logo desmentida pelos músicos. Surfer Blood publicou no MySpace que ninguém da banda tinha prancha. Jonathan Pierce, vocalista do The Drums, disse não ter interesse pelo esporte.

O que ficou claro, nos meses seguintes, que viram a ascensão de Best Coast, um duo indie batizado de ode à Califórnia, e Wavves, punk rock para hippies litorâneos, foi que tal maresia era simplória demais para envolver estas bandas ao mesmo tempo. The Drums queria mesmo ser The Smiths e Joy Division. Surfer Blood amava Pixies e Weezer. As influências ficaram mais nítidas ainda na terça-feira (15), quando o Surfer Blood fez um pocket show na FNAC de Pinheiros para um punhado de fãs adolescentes.

A banda, que toca nesta quinta-feira (17) na casa de shows do HSBC, em São Paulo, e depois segue para o Rio, encaixa sua sonoridade dentro de uma tradição independente. Abusa de reverberações, afia suas guitarras com distorção e uma série de efeitos. Mas na FNAC foram obrigados a tocar unplugged, despidos destas roupagens.

O resultado teve versões inofensivas de alguns hits, como "Miranda", ao mesmo tempo que deixou claro o talento para refrões grudentos do vocalista JP Pitts. "Somos naturalmente uma banda barulhenta", explicou o líder da banda, em entrevista à reportagem, logo após o show. "As guitarras são essenciais para a nossa identidade. Temos que aprimorar a tradução de nossas músicas para um contexto acústico", completou.

Por ser uma banda tão vinculada ao som da guitarra, numa época em que qualquer sucesso do instrumento instiga tradicionalistas a profetizarem um retorno messiânico, o Surfer Blood é vinculado a uma leva de defensores do indie clássico, como Japandroids. "É definitivamente difícil fazer algo original com uma guitarra hoje em dia. Mas é também incrível quantas bandas conseguem desenvolver uma sonoridade própria. Ao vivo, nós gostamos de despir as nossas canções. Assim, o show fica mais orgânico que o disco", diz JP. O último lançamento do Surfer Blood foi um EP, "Tarot Classics", de 2011. Desde então, a banda tem se equilibrado entre turnês e folgas da estrada, tiradas para a composição de um novo disco, que deve sair em junho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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