Governo vai oferecer cursos do Pronatec para presos

Rafael Moraes Moura
07/02/2013 às 20:12.
Atualizado em 21/11/2021 às 00:49

Com o objetivo de qualificar mão de obra para o mercado de trabalho e facilitar a ressocialização, o governo federal pretende ofertar cursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) para 90 mil presos até 2014. O programa, voltado para a ampliação dos cursos de educação profissional e tecnológica, beneficiará a partir de abril pessoas nos regimes aberto, semiaberto, fechado e egressos - e servirá para abater a pena do presidiário, que poderá perder um dia de pena a cada 12 horas de frequência escolar.

"Existe muito preconceito em relação a emprego para egressos, nós sabemos disso, agora se você tiver emprego submetido a preconceito mais desqualificação (profissional), você não consegue resolver o problema", disse nesta quinta-feira o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em cerimônia na qual foi assinado acordo de cooperação técnica entre sua pasta e o Ministério da Educação (MEC). "A possibilidade de reinserção social passa pela obtenção de trabalho e a obtenção de trabalho é mais fácil quando o indivíduo é qualificado."

De acordo com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, a população carcerária brasileira é de 508 mil pessoas, das quais 7% concluíram o ensino médio e apenas 0,5% possuem ensino superior completo. Atualmente, apenas 1.516 presos estariam matriculados em cursos técnicos. "A metade dos presos está na faixa de 18 a 30 anos. Essa perspectiva de ter um projeto de ressocialização, profissão, de ter uma qualificação, seguramente é um estimulo para que (o preso) possa ter uma vida plena na sociedade. É isso que estamos estimulando", afirmou Mercadante.

O governo prevê investimentos de R$ 180 milhões na contratação de professores, aquisição de material didático e pagamento de auxílio transporte e alimentação. Os cursos serão ofertados pelo Sistema S, escolas técnicas federais e estaduais.
A ênfase será nos cursos de formação inicial e continuada, com carga horária que varia de 160 a 400 horas. "É importante ressaltar que, além daqueles que vão fazer o curso no próprio presídio, haverá turmas que estão sendo ofertadas para outro tipo de público e eles (presos) participarão dessas turmas visando justamente esse processo de reinserção", disse o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Marco Antonio de Oliveira.
http://www.estadao.com.br

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por