Cruzeiro busca se superar no Rio para conquistar Superliga

Felippe Drummond Neto - Hoje em Dia
13/04/2013 às 20:59.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:48

Desde a temporada 2008/2009 os dois primeiros colocados da fase de classificação não decidem a Superliga Masculina de Vôlei. Mas, a partir das 10h deste domingo (14), RJX e Sada/Cruzeiro, respectivamente 1º e 2º na primeira etapa, duelam no Maracanãzinho, no Rio, para saber qual é o melhor time do país.

Montado para ser campeão e jogando em casa, o time do bilionário Eike Batista vai em busca do seu primeiro título na competição nacional, enquanto a equipe cinco estrelas tenta defender o troféu que levantou na temporada passada e tornar-se bicampeã.

E se depender do histórico dos confrontos, a final promete muito equilíbrio. Os dois times se enfrentaram quatro vezes nesta Superliga, com duas vitórias para cada lado, sempre favorecendo o mandante.

Na temporada passada, a primeira da equipe carioca, o Rio derrotou o Cruzeiro por 3 sets a 1 e levou o troco por 3 a 0. E neste ano, ambos os jogos foram decididos no tie-break.

Por isso, os dois lados pregam muito respeito aos adversários. “O time deles está jogando muito bem. Passou algumas dificuldades na semifinal conta o Vivo/Minas e mostrou que é muito forte. A equipe foi formada para ser campeã e tem muitos jogadores de seleção, Dante, que é um fenômeno, centrais muito fortes, enfim, é um time de estrela. Mas nós também estamos fortes e viemos ao Rio para buscar o bicampeonato”, avalia Marcelo Mendez, técnico do Cruzeiro.

Sintonia

O comandante do RJX, Marcelo Fronckowiak, chama a atenção para a sintonia do time celeste. “O conjunto do Cruzeiro é muito forte. Eles estão juntos há muito tempo e se conhecem bem. Mas cada grupo tem a sua história e estamos construindo a nossa. Queremos reeditar o voleibol na cidade do Rio de Janeiro. Saímos de uma situação difícil na semifinal e temos que manter esse bom momento na final”, confia.

O confronto por si só mostra o equilíbrio entre as duas equipes e as estatísticas comprovam que quase não há diferença entre elas. O Cruzeiro tem o melhor ataque da competição, com o oposto Wallace e o ponteiro cubano Leal, respectivamente, na primeira e segunda posições, com 37,67% e 37,58% de eficiência.

O RJX é dono do melhor bloqueio, sendo Lucão o destaque do time, em segundo lugar individual, com 24,94% de eficiência.

Ponto a ponto

No saque e no levantamento, os dois times duelam ponto a ponto pela liderança dos fundamentos. Em ambos, os mineiros aparecem em primeiro lugar, seguido de perto pelos cariocas.

No saque, o time celeste lidera com 6,13% de aproveitamento, contra 4,94% do RJX. No levantamento, o Cruzeiro tem 34,49% de eficiência, contra 30,5%.

Na recepção, o Cruzeiro ocupa o segundo lugar, e o RJX o sétimo. E na defesa, a vantagem é carioca. O time está em terceiro, e os mineiros amargam o oitavo lugar.

Alto nível também no banco de reservas

Quem gosta de vôlei sabe que, a qualquer momento, um jogador pode sair do banco de reservas e mudar a história da partida. E, assim como em quadra, a disputa é apertada entre os reservas.

Tanto Marcelo Mendez, técnico do Cruzeiro, quanto Marcelo Fronckowiak, do RJX, guardam ao lado deles armas que podem ser usadas caso um jogador não esteja bem.
Um dos principais jogadores do Cruzeiro na temporada passada, o ponteiro Maurício perdeu o lugar na equipe, neste ano, com a chegada do cubano Leal. Maior pontuador da final do ano passado, com 20 pontos contra o Vôlei Futuro, Maurício, apesar de não começar as partidas, quase sempre entra e ajuda o time.

Com muita qualidade no passe e bola de segurança do levantador Willian, o jogador sabe que, mesmo na reserva, é uma arma do treinador. “Espero poder ajudar o time mesmo vindo do banco. Todo mundo sabe que eu gosto de jogar partidas importantes e, por isso, sou sempre uma opção para o treinador. Mas o Leal está bem e espero que ele consiga repetir o que tem feito nesta temporada”, diz Maurício.

Inversão

O treinador celeste também costuma colocar em quadra, no decorrer do jogo, o central Acácio, outro que era titular na temporada passada. O levantador Daniel e o oposto Sanchez entram quando é feita a inversão do 5-1, usada para aumentar o poder de bloqueio da equipe.

Do lado do RJX, a principal arma de Fronckowiak é o oposto Da Silva, ou Paulo Victor, como estampado na camisa do jogador. Titular em alguns jogos, ele entra no lugar de Théo quando este não está bem e normalmente se torna o principal pontuador da equipe. O levantador Guilherme e o central Ualas são os responsáveis pela inversão do 5-1.

Tecnologia para evitar erros da arbitragem

A grande novidade desta final será o uso da tecnologia. Além da arbitragem – o paranaense Paulo Turfe (de cadeira) e o paulista Gediel de Carvalho (de rede) –, os times poderão usar o sistema de desafio para tirar dúvidas.

Durante a partida, cada equipe pode pedir, até duas vezes, que o árbitro revise o lance por meio de um televisor ao lado da quadra, e ele poderá voltar atrás na marcação. A inovação agrada a ambos os capitães. Tanto Willian quanto Bruninho acreditam que o uso de tecnologia dará mais brilho à final.

“Sou totalmente a favor do uso da tecnologia. Vi o jogo da final feminina e foi nítido que funcionou na maioria das vezes. Espero que na nossa partida seja da mesma forma, pois esse é um recurso que só entra para ajudar os árbitros e o espetáculo”, opina Bruninho, do RJX.

Velocidade

Wiliam, do Cruzeiro, teve a oportunidade de contar com a inovação no Mundial de Clubes, em Doha, no Qatar, e aprovou o recurso. “O uso da tecnologia vai ajudar muito as duas equipes. Hoje, o voleibol é muito veloz e algumas marcações ficam difíceis para os árbitros. No Mundial de Clubes, gostei muito dessa iniciativa”, diz.

Na decisão da Superliga Feminina, no domingo passado, o sistema de desafio foi considerado um sucesso por atletas das duas equipes. 

 

 

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