Samarco amplia capacidade em 37% com nova pelotizadora

Bruno Porto - Hoje em Dia
04/04/2014 às 08:26.
Atualizado em 18/11/2021 às 01:56
 (Jeferson Rocio)

(Jeferson Rocio)

ANCHIETA- A mineradora Samarco, resultado de joint-venture entre as duas maiores mineradoras do mundo – a australiana BHP Billiton e a brasileira Vale – inaugurou na quinta-feira (3) o projeto Quarta Pelotização, em Anchieta, onde alocou US$ 3,150 bilhões na ampliação de sua capacidade de produção e de transporte via mineroduto.

A companhia deixou claro que seus objetivos são de longo prazo e que um novo plano de expansão já é discutido internamente, a despeito de oscilações de preço e demanda. A baixa exposição ao mercado chinês, que vem reduzindo suas importações de minério, funciona como uma proteção às pressões de mercado.

O investimento realizado aumentou a capacidade de produção em 37%, atingindo 30,5 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro ao ano.

O minério é extraído no Complexo de Germano, nos municípios de Mariana e Ouro Preto, em Minas Gerais, e escoado por dutos em um trajeto de 400 quilômetros até a região de Ponta de Ubu, no município de Anchieta, no Espírito Santo.

Na cidade capixaba, a companhia transforma o minério em pelota e, via porto próprio, embarca a produção para o mercado transoceânico, onde a empresa responde por 20% das vendas totais do setor.

Integra o projeto inaugurado, além da expansão da produção, uma terceira linha de mineroduto, com capacidade para transportar 20 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Somada às outras duas linhas, a Samarco possui agora uma capacidade de escoamento de 45 milhões de toneladas de minério de ferro ao ano.

“Vamos hibernar a linha 2 do mineroduto e reduzir essa capacidade para 36 milhões por ano, mais próximo da nossa necessidade. A linha 2 atenderá a futuras expansões”, afirmou o diretor de implementação de projetos, Amaury de Souza Júnior.

Enquanto as mineradoras costumam destinar percentuais altos de sua produção para o mercado chinês, a Samarco embarca apenas 15% de sua produção para o gigante asiático. Cerca de 30% são direcionados para o Oriente Médio e o Norte da África, 20% para Europa, 20% para o restante da Ásia e 15% para as Américas.

O presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, explicou que a ampliação das operações está casada com as expansões dos clientes e que a empresa investe pensando no longo prazo, uma vez que praticamente não atua no mercado spot (à vista), concentrando as vendas em contratos de longo prazo.

“As oscilações do mercado são normais e a empresa está bem protegida quanto a isso. Essa pressão de preços está em cima dos minérios finos porque a China diminuiu sua demanda. Embora a pelota tenha seu preço atrelado ao fino, os mercados têm características diferentes. Percebemos alta na demanda para pelotas de teor mais alto, com as quais trabalhamos”, afirmou.

Em sentido oposto ao que ocorre às mineradoras que atuam com minérios finos, a Samarco projeta para 2014 avanço no seu faturamento, que passaria de US$ 3 bilhões contabilizados no ano passado para US$ 4 bilhões este ano.

Em Minas Gerais, os investimentos se referem ao aumento da produção, um terceiro concentrador de minério, com capacidade de 9,5 milhões de toneladas anuais, e parte do mineroduto. De acordo com a Samarco, as compras realizadas em território mineiro somam R$ 2 bilhões.

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