Condenado no mensalão, Pedro Henry pede para trabalhar no IML

Rodrigo Vargas - Folhapress
20/01/2014 às 16:56.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:28

CUIABÁ - O ex-deputado federal Pedro Henry (PP), primeiro condenado do mensalão a receber autorização para trabalhar fora da cadeia, entrou com dois novos pedidos para reduzir ainda mais seu tempo atrás das grades: quer um segundo emprego, aos domingos, e voltar à universidade.    Os requerimentos foram apresentados na semana passada e serão analisados pelo juiz da 2ª Vara Criminal de Cuiabá, Geraldo Fidelis. Se a resposta for positiva, Henry irá reduzir em mais da metade as horas semanais que passa na prisão, além de obter o benefício de remissão da pena.    Condenado a 7 anos e 2 meses em regime semiaberto por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Henry assumiu há dez dias o cargo de diretor administrativo do Hospital Santa Rosa, o maior da rede privada em Cuiabá, com um salário de R$ 7.500.    De acordo com a autorização da Justiça, o ex-deputado, que é médico legista, pode deixar a cadeia para trabalhar no período das 6 às 19 horas, nos dias úteis. Aos sábados, trabalha das 6 às 14 horas. Já aos domingos e feriados não pode sair da prisão.    Aprimoramento    No pedido de autorização para estudo, a defesa de Henry diz que ele foi aprovado em um vestibular para o curso de fisioterapia, no período noturno, em uma faculdade privada de Cuiabá. As aulas vão das 19 horas às 22h30.    No caso do segundo emprego, foi mencionado o fato de Henry ser funcionário público estadual concursado desde a década de 1980. "Ele apenas se licenciou da função para atuar na política. Já temos uma autorização do Instituto Médico Legal (IML) [onde ele trabalharia]. Falta apenas o aval da Justiça", disse à reportagem o advogado Décio Arantes, que assina os pedidos.    No IML, Henry trabalharia apenas aos domingos, em um regime de plantão de 24 horas: das 7 até as 7 horas de segunda-feira, sem intervalo para retorno à prisão. Na atual situação, Henry precisa ficar preso durante 89 horas por semana. Caso obtenha os novos pedidos, seu tempo de prisão cairá para 39 horas semanais.   Ele poderá, ainda, contar com o benefício da remissão de pena, previsto na Lei de Execuções Penais para os casos de trabalho (um dia a menos de prisão a cada três trabalhados) e estudo (um dia a menos a cada 12 horas de frequência escolar).    "Não estamos propondo nada que não esteja previsto na legislação. E, para o meu cliente, não é novidade ter que trabalhar e estudar. É o que ele fez a vida inteira", declarou Arantes.

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