"Os Contratadores", da mineira Emvideo, concorre no Cine PE

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
21/04/2013 às 16:24.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:00

Em “Os Contratadores”, os atores surgem pendurados por cabos presos ao teto, oferecendo uma sensação de desequilíbrio que está no cerne da proposta do filme, um dos concorrentes mineiros na 17ª edição do Cine PE – Festival do Audiovisual, com início nesta sexta-feira na capital pernambucana.

“Tudo balança, tanto os atores como os cenários, porque estão o tempo inteiro suspensos. A ideia é meio surrealista, criando um pouco de náusea”, observa Evandro Rogers, diretor do curta-metragem ao lado de Marcus Nascimento – ambos proprietários da produtora Emvideo, um dos celeiros da videoarte em Belo Horizonte.

Como nos trabalhos anteriores, a experimentação dá o tom. “A produção é muito orgânica, podendo sofrer alterações a todo instante. As filmagens foram assim. Os atores viviam os personagens o tempo inteiro, recebendo, de forma escondida, textos de última hora. Costumo dizer que é o primeiro filme lido da história do cinema”, diverte-se Rogers.

Interrogatório

“Os Contratadores” enfatiza os equívocos do ser humano em seu meio social, apontando para situações absurdas. “A história é um grande engano, a partir da reunião com uma pessoa que não é, na verdade, aquela que estavam esperando”, detalha. Num ambiente escuro, os atores carregam lanternas na cabeça, como num interrogatório.

Ao lado de “Metrópole”, lançado no ano passado, o curta marca o retorno da Emvideo às produções para o cinema. Há vários projetos em andamento e um deles vem sendo tocado com carinho pelos sócios. “Queremos fazer um longa-metragem para ser lançado em 2015, ano em que comemoraremos 30 anos”, revela.

Abandono

A animação “Joana” é outro concorrente mineiro na disputa pelo troféu Calunga. Com traços autobiográficos, o filme acompanha uma criança solitária que vive nas ruas e acredita ter o poder de controlar a chuva, criando tempestades em pessoas mais acomodadas.

“Joana não é uma criança abandonada. Ela se abandonou, se exclui”, salienta o diretor Daniel Lima, que diz ter, com o desenho, “lavado a alma” por ter sido uma criança quieta. “Era um menino à parte. Peguei esse ponto de partida e criei uma história totalmente diferente”, afirma. l 

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