SÃO PAULO - O Conselho Regional de Medicina (CRM) do Rio Grande do Sul concedeu nesta quinta-feira (19) 19 registros a profissionais formados no exterior inscritos no programa Mais Médicos. O Estado é o primeiro a liberar as licenças a participantes do programa federal. Em outras partes do país, a direção dos CRM's ainda impõe uma série de condicionantes para a autorização, como a tradução de diplomas expedidos fora do Brasil. Em Minas, o presidente do conselho local falou até em renunciar se tiver que assinar os registros provisórios. O conselho gaúcho informou nesta quarta-feira que as "pendências" na documentação foram resolvidas pela Advocacia Geral da União. Entre os 19 médicos agora autorizados no Estado, há argentinos, uruguaios e um palestino, além de brasileiros formados no exterior. Oito pedidos de inscrição feitos no mês passado já estavam com o prazo para a emissão expirado. O órgão da classe argumentava que havia uma série de dúvidas sobre os documentos encaminhados por esses médicos, como diplomas não traduzidos e o local de atuação deles no Estado. No início da semana, a coordenação do programa federal informou em uma lista as unidades de saúde nas quais esses médicos irão trabalhar. Segundo o conselho, o governo federal também encaminhou informações adicionais aos primeiros documentos apresentados. Também pesou na decisão de liberar os registros o despacho de uma juíza que considerou que não havia a necessidade de informar, antes da emissão, os supervisores e tutores dos profissionais do Mais Médicos. O conselho do Rio Grande do Sul havia pedido à Justiça Federal em primeira e em segunda instância liminares para não emitir os registros provisórios. As duas solicitações foram negadas nas últimas semanas. O presidente do órgão, Rogério Wolf de Aguiar, afirma que, antes dos esclarecimentos, o conselho não se sentia seguro para liberar as inscrições. "Não tem nenhuma intenção nossa de sabotar [o programa]. Os documentos estão seguros, não precisa revalidar o diploma porque faz parte da lei. Não quer dizer que estamos de acordo com isso. Mas a lei e a medida provisória são assim." Ainda há mais casos de inscrições pendentes no Rio Grande do Sul.