(Wilson Dias/ABr)
Em meio à crise entre PT e PMDB, CPI da Petrobras e queda de popularidade de 43% para 36%, a presidente Dilma Rousseff (PT) convocou o ex-ministro Fernando Pimentel (PT), pré-candidato do partido para disputar o governo de Minas, para um reunião de última hora, ontem, em Brasília. Pimentel é um dos amigos pessoais e conselheiros da presidente. A convocação, feita na noite da última sexta-feira, impediu que o postulante ao Palácio Tiradentes participasse de uma coletiva e de uma reunião do PT estadual. Além de Pimentel, estariam também o ministro que o sucedeu na Pasta de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, e o representante da Secretaria Geral da Presidência da República, Wagner Caetano. A pauta do encontro em Brasília, porém, não foi revelada. Sem Pimentel, os dirigentes petistas de Minas defenderam, na reunião do diretório ontem, a manutenção da aliança com peemedebistas no Estado e minimizaram a volta do ex-presidente Lula como o candidato da legenda ao Planalto, nas eleições deste ano. “Na última sexta, o Pros declarou apoio a Pimentel. No PMDB, não chamaria os insatisfeitos de dissidentes. Para eles, é melhor caminhar com o PT, para garantir suas bancadas”, afirmou o presidente do PT-MG, deputado federal Odair Cunha. Além do Pros e do PMDB, os petistas buscam apoio do PR, PRB e PCdoB. Patrus Na avaliação do ex-ministro Patrus Ananias (PT), a aliança PT-PMDB deve ser programática e desde o primeiro turno. “Nós precisamos fazer alianças, ninguém governa o Brasil sozinho. O PT, as esquerdas, não temos a maioria no país. O PMDB vem sendo o interlocutor e um parceiro. É um partido que tem força, é presente no país, dada a realidade atual”, completou. Para o deputado federal Reginaldo Lopes, ex-presidente do partido em Minas, o apoio do PMDB ao PT é certo, mesmo com a investida tucana. Ele credita a tensão pré-eleitoral como “normal” no processo político. “O PMDB sabe que do lado da pré-candidatura do Pimenta da Veiga (PSDB) tem fadiga. O modelo já se esgotou, é café muito requentado”, afirma Reginaldo Lopes. Sobre o movimento “Volta, Lula”, o deputado diz que o PT vai seguir com seu projeto político, seja com Lula, seja com Dilma. “Lula é sempre nosso maior líder, sempre vai ser lembrado de forma espontânea. Temos um time político. Nosso projeto é a reeleição de Dilma, e inclusive Lula é o maior cabo eleitoral dele”, acrescentou.