Mãe de mineira assassinada viaja à Itália para a acompanhar investigações

Renata Evangelista - Hoje em Dia
03/09/2013 às 21:17.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:37

A mãe da mineira Marília Rodrigues Silva Martins, de 29 anos, assassinada na Itália, irá viajar ao pais para acompanhar as investigações sobre a morte da filha. Natália Silva, de 52 anos, deve desembarcar em Milão ainda nesta quarta-feira (4). O promotor Fernando Martins, tio da vítima, além do pai da jovem já estão na Itália acompanhando os trabalhos da polícia local. Muito abalada, a mãe da vítima não quis comentar o assunto.   A estudante de turismo, natural de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, estava grávida de 5 meses. O empresário Claudio Grigoletto, de 32 anos, proprietário da Aviação dell'Alpi do Brasil, onde ela trabalhava, é apontado como o pai do filho que ela esperava. Ele foi preso nesta terça-feira (3) como o principal suspeito, mas negou o assassinato em depoimento às autoridades italianas.   Conforme as primeiras investigações, o empresário teria matado Marília para salvar seu casamento. Ele é pai de duas filhas pequenas. A estudante morava no exterior há 14 anos e seu último contato com os familiares teria ocorrido no último dia 26 de agosto, por meio das redes sociais. A mãe da jovem morou no país com ela por 10 anos, mas retornou para Uberlândia há três anos.   A jovem trabalhou por muitos anos como aeromoça e há pouco passou a integrar o quadro de funcionários da Aviação dell'Alpi do Brasil, empresa especializada em compra e venda de ultraleves. O corpo dela foi encontrado em um dos escritórios da companhia, em Gambara, província de Bréscia, no norte da Itália, na última sexta-feira (30).    Em entrevista ao jornal "Giornale di Brescia", o procurador-chefe da província, Fabio Salomão, contou que o suspeito ofereceu emprego à jovem pois tinha uma "fraqueza por mulheres".    Grigoletto foi interrogado durante toda a madrugada e, após entrar em contradição diversas vezes, foi preso a pedido do Ministério Público local. Segundo o órgão, Marília foi "estrangulada, mas pode ter morrido por respirar gás". O chefe da vítima está sendo investigado por homicídio agravado, tentativa de ocultação de cadáver e de aborto.   

O empresário Claudio Grigoletto, de 32 anos, e a mineira Marília Rodrigues Silva Martins (Foto: Reprodução/giornaledibrescia/Arquivo Pessoal)   O caso   O corpo da mineira foi encontrado dentro do escritório da Aviação dell'Alpi do Brasil, empresa de compra e venda de ultraleves, na cidade de Gambara. Ela trabalhava no local e o cadáver foi localizado por James Conzadori, chefe de Marília. Conzadori teria ido ao escritório para levar alguns documentos e se deparou com a funcionária caída no chão.   "Eu vi uma figura no chão, dois braços estendidos. A cabeça coberta de sangue. Eu estava com medo e eu fechei (a porta) mais uma vez", disse Conzadori à imprensa de Gamabara. Ele saiu e chamou a polícia. "Quando chegamos, imediatamente fechei o medidor de gás." De acordo com vizinhos, desde a noite de quinta-feira um forte cheiro exalava do escritório.   Por meio da posição do corpo, das feridas na testa e outros detalhes, peritos confirmaram o homicídio e descartaram a hipóteses de que Marília tivesse caído depois de ser acidentalmente intoxicada por um gás que escapava da caldeira de tubo do escritório. Os investigadores acreditam que o gás metano foi liberado propositalmente para encobrir o assassinato. A caldeira foi recolhida pelas autoridades locais que também encontraram, na cena do crime, um frasco de ácido.

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