Arena cara não garante clássico com duas torcidas

Alberto Ribeiro - Do Hoje em Dia
21/08/2012 às 10:52.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:37
 (Carlos Roberto/Hoje em Dia)

(Carlos Roberto/Hoje em Dia)

Em menos de um ano, mais precisamente em 17 de junho do ano que vem, Belo Horizonte passa a viver uma nova era, pois começa a receber os jogos da Copa das Confederações. Um ano depois, será a vez das partidas do Mundial.

Hoje, às 16h, na sede da Federação Mineira de Futebol (FMF), as principais autoridades envolvidas com a prática do futebol na cidade vão se reunir. E a decisão deve ser adotar torcida única no maior clássico do estado, entre Cruzeiro e Atlético, no próximo domingo, às 18h30, no Independência, arena mais moderna do Brasil e inaugurada há apenas quatro meses.

Apesar de a reunião envolver os dois clubes e uma série de órgãos e autarquias, a decisão relativa à segurança do confronto fica mesmo é nas mãos da Polícia Militar (PM).
E a decisão da PM deve ser de permitir apenas a ida de cruzeirenses ao Horto, assim como aconteceu na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas.

A posição coloca em dúvida a validade de o Governo estadual investir quase R$ 150 milhões num estádio, que fica localizado numa área que não oferece segurança para receber atleticanos e cruzeirenses num mesmo jogo.

Despreparo

Membro da Comissão de Esporte e Lazer da OAB/MG, o advogado Antônio Sérgio Figueiredo Santos, acredita que a adoção da torcida única no domingo é o reflexo do despreparo da segurança pública.

“Não há explicação plausível para isso. A segurança tem que ser mais preparada. Se ela não está conseguindo manter o clássico entre Cruzeiro e Atlético, o que dizer na Copa do Mundo?”, opina o especialista.

Na avaliação de Figueiredo, fazer segurança dessa forma é muito fácil. “Contradiz com tudo que o governo do estado pregou nos últimos anos. Gastou uma fortuna para construir uma arena moderna como essa, cheia de pontos cegos e agora sem segurança. Falta bom senso e preparo. E infelizmente o torcedor paga por isso”, acrescenta.

Antônio Sérgio lembra que a prática de torcida única foi adotada sobre o argumento de que em Sete Lagoas havia o problema do deslocamento das duas torcidas pela mesma estrada.

“Eles usaram esse argumento na época, principalmente pelo perigo de confronto nas estradas. Mas agora não tem explicação. Isso prova que nosso problema não envolve somente segurança”, finaliza.

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