Falta de energia causa prejuízos a indústrias de Belo Horizonte

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
25/01/2014 às 08:27.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:34
 (Falta de energia - Carlos Rhienck - Hoje em Dia)

(Falta de energia - Carlos Rhienck - Hoje em Dia)

Constantes apagões estão provocando prejuízos a empresas instaladas no bairro Jardi-nópolis, na divisa de Belo Horizonte e Contagem. Desde o último dia 17, indústrias acumulam perdas em função do corte de luz. As interrupções de fornecimento acontecem em um quadro de piora dos indicadores de qualidade da Companhia Energética de Minas Gerais. (Cemig). Entre 2008 e 2012, a empresa estourou a meta referente à duração das interrupções de fornecimento de energia em quatro dos cinco anos.

Proprietário da Mercosul Minas Refratários, Adilson Araújo Torres diz estar em pânico. “Da última sexta-feira até hoje (ontem), são cerca de quatro horas diárias sem luz. Depois de longa espera, a energia é religada sem nenhuma explicação. Já perdemos mais de 30% da produção mensal e contabilizamos um prejuízo superior a R$ 200 mil”, reclama.

A empresa, que normalmente fabrica em torno de 90 mil copelas – cadinho utilizado na depuração de metais nobres, especialmente ouro e prata – diariamente, viu sua produção cair para 18 mil unidades por dia. “No final das contas, já perdi cinco dias inteiros na fabricação. É um absurdo que não pode continuar”, diz Torres.

No escuro, os 16 funcionários são obrigados a cruzar os braços. Também fica difícil emitir nota fiscal e até atender o telefone.

Vizinha da Mercosul Minas, a RD Mecânica Industrial, instalada em dois galpões na rua Íris Alvim Camargos, também sofre com os cortes de energia e os prejuízos que a suspensão do fornecimento acarretam. “O rombo chega a R$ 200 mil”, queixa-se Ricardo Righi, proprietário da empresa que fornece caldeiraria leve para as indústrias de equipamentos médicos e de painéis elétricos, além do setor de mineração.

“Nesta semana, tive que mandar os empregados mais cedo para casa. É uma falta de respeito com as empresas”, diz Righi, que paga mensalmente à Cemig uma conta em torno de R$ 18 mil. Ao todo, a empresa tem 1.200 metros quadrados e 55 funcionários.

Novato na região, o sócio-proprietário da Forneria Mineira, Sandro Delluca, está desesperado. “Só hoje (ontem), jogamos fora mais de 400 quilos de massa de pão de queijo. Sem energia elétrica, a massa perde o ponto do congelamento e os freezers também não conservam a temperatura ideal para o produto. O resultado é desperdício e prejuízos”, lamenta.

Na mesma região, Kobras Indústria e Comércio, Willtec, Tree Log, Tex Log Logística Porta a Porta, JF Eletrônicos, Linear Alumínio e HS Indústria também têm a mesma queixa da falta de energia, que já se refletiu no caixa das empresas. l

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