Em ‘Angry Birds’, um pouco de raiva faz bem

Animação é baseada no popular jogo de celular

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
11/05/2016 às 17:29.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:23
 (Sony Pictures / Divulgação)

(Sony Pictures / Divulgação)

No jogo lançado para smartphones, em 2009, “Angry Birds” não tinha propriamente um enredo. Era apenas um aplicativo de tiro, como tantos títulos de videogame, em que pássaros eram lançados por um estilingue em direção a porcos, para evitar que roubassem mais ovos. Prático e divertido, virou o app mais baixado entre os celulares.

Depois de virar série de TV, “Angry Birds” chega hoje às telas de cinema fazendo valer aquela máxima de não mexer em time que está ganhando. No caso, um tipo de desenho fora dos padrões Disney, criado para outros ambientes, como TV e jogos eletrônicos, geralmente limitados pela duração ou pela falta de histórias mais desenvolvidas.

Invasão de porcos
A ideia de que são diferentes dos longas mais tradicionais é levada para dentro da trama, em que se assume o lado esquisitão, debatendo as diferenças, para mostrar que o que não está de acordo com as convenções pode ser a solução para muitos problemas. Como salvar o mundo ou a comunidade em que vivem, como é o caso das aves de “Angry Birds”.

Na ilha onde vivem as aves do filme, elas reproduzem o comportamento humano, até mesmo na forma simplista de resumir a vida: não há outra alternativa do que ser feliz, como mostra o boneco que balança para dois lados possíveis (“smile” e “be happy”). O que foge a isso é abolido ou marginalizado, como Red e seus amigos Chuck, Bomba e Terence.

Sem um pingo de paciência e destoando da felicidade plena propagada pelas outras aves, Red é o único a perceber o perigo representado por porcos que aportam na ilha. Os nativos agem como índios no encontro de colonizadores, aceitando de bom grado o que lhe oferecem – símbolos de progresso, como balões e lugares para dançar.

A dublagem brasileira conta com Marcelo Adnet, como Red, e Fabio Porchat, como o veloz e mentiroso pássaro Chuck

Nessa primeira parte, o humor não é propriamente infantil, com piadas ágeis e de duplo sentido. Não falta até mesmo um representante da contracultura, uma águia, vista como guru e que, na verdade, não tem resposta para nada. Momento para adultos se deliciarem com referências a Eagles, Scorpions e “Never Gonna Give You Up”, canção oitentista de Rick Astley.

Na segunda parte, “Angry Brids” retoma a premissa do jogo original, quando os pássaros partem para a revanche, lançando-se na cidade dos porcos num enorme estilingue, acentuando mais o elemento ação, ritmo que se aproxima dos desenhos da Warner, como Pernalonga e Papa Léguas, em que, apesar das explosões, ninguém sai realmente ferido.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por