Hagel, um republicano pragmático e moderado no Pentágono

AFP
07/01/2013 às 17:41.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:22
 (BrendanSmialowski/AFP)

(BrendanSmialowski/AFP)

WASHINGTON - Chuck Hagel, um ex-senador designado nesta segunda-feira (7) para o comando do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, é um republicano com fama de franco-atirador, acusado por integrantes de seu próprio campo de não se manter suficientemente próximo a Israel e de ser ingênuo diante do Irã.

Veterano da guerra do Vietnã, relutante em comprometer o Exército em conflitos, sua missão consistirá em reduzir as dimensões do Pentágono.

Com 66 anos de idade, Hagel é um adepto da linguagem direta, um homem independente de espírito que não hesitou em criticar as posturas de seu partido em relação à guerra no Iraque.

Durante a cerimônia de nomeação, Obama destacou a "vontade de dizer o que pensa" de Hagel.

Esta segunda autoridade republicana designada por Barack Obama para comandar o Pentágono após a saída de Robert Gates, que tem em comum com seu substituto o pragmatismo, deve assumir o corte de um orçamento militar a seu ver "inflado", a organização da retirada do Afeganistão e o acompanhamento da situação em Irã e Síria.

Mesmo antes de sua designação oficial, seus adversários já criticavam a iniciativa de Obama.

Hagel recebe muitas críticas por se distanciar de Israel em diversas questões e é acusado de ingenuidade por sua oposição no passado às sanções contra o regime de Teerã. Para o Washington Post, Hagel é uma "opção ruim em um mau momento".

Alguns parlamentares apontam também para a sua falta de tato, para "a forma como manifesta suas opiniões, para as posições que assume", segundo Michael O'Hanlon, analista militar da Brookings Institution.

Em relação ao conflito no Iraque, este homem, que integrou a lista de prováveis vice-presidentes de George W. Bush, considerou a iniciativa do governo republicano "mais do que lamentável" e afirmou que o envio de reforços a esse país a partir de 2007 tinha representado a aposta "mais perigosa em matéria de política externa desde o Vietnã". No Vietnã, ao lado de seu irmão

Chuck Hagel cresceu em uma família pobre, com um pai alcoólatra e algumas vezes violento, e se destacou no Vietnã, onde serviu como sargento na mesma unidade de infantaria de seu irmão menor Tom. Ele foi ferido em duas oportunidades na selva do delta do Mekong e recebeu várias medalhas Purple Heart.

Tom e Chuck salvaram as vidas uma do outro nessas batalhas, das quais Tom mantém a cicatriz de uma terrível queimadura no rosto.

Ao voltar do Vietnã, realizou trabalhos menores até entrar para a equipe de um senador por Nebraska, em que brilhou.

O presidente Ronald Reagan o designou número dois do Departamento de Veteranos de Guerra. Mas ele se distanciou do ex-presidente por discordar dos cortes das pensões dos soldados. No setor privado, criou uma empresa de telefonia móvel que o tornou milionário.

Após a sua eleição para o Senado entrou para a comissão de Relações Exteriores da casa, onde ficou amigo do republicano John McCain, do democrata Joe Biden e, inclusive, de Barack Obama, a quem acompanhou em viagens a Iraque e Afeganistão.

Em 2008, depois de desistir de se candidatar à Presidência, se negou a apoiar John Mccain, por ser contrário a sua postura belicista, e declarou estar disposto inclusive a formar chapa junto com Obama se este propusesse.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por