Explorado na novela 'Babilônia', lindy hop já tem muitos seguidores em BH

Elemara Duarte * - Hoje em Dia
07/04/2015 às 08:18.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:32
 (Carlos Henrique)

(Carlos Henrique)

Em “Babilônia”, novela que atualmente ocupa o horário nobre da Rede Globo, a personagem Gabriela (Kizi Vaz) se encanta pelo suingue do “lindy hop”, dança que teria surgido no final dos anos 1920, em Nova York. Prova de que o brasileiro gosta de fazer valer o apelido de “país do gingado” – mesmo que seja com uma cultura importada (sem demérito).

Em BH, o BeHoppers, único grupo adepto do estilo na capital, postou o trecho “novelístico” no Facebook. “Foram mais de duas mil visualizações em um dia, contra as menos de 500 costumeiras em outras notícias”, conta a dançarina (e designer) Sônia Silva.

O BeHoppers foi fundado em 2012, para praticar – e divulgar – a cultura “Lindy” – uma espécie de “tataravó do rock”. No próximo dia 12, às 15h, é a vez de mais um evento, o “Piclindy”. O piquenique retrô é aberto ao público e será organizado na Praça Floriano Peixoto, em Santa Efigênia.

Mas, que cultura é esta? Para saber um pouco mais, a reportagem do Hoje em Dia foi conhecer de perto o bailado. No último sábado, a turma (cerca de 20 integrantes) se reuniu para ensaiar. Sapatos de salto, colar de pérola, chapéus de aba curta. O figurino recorre ao início do século passado e se contrapõe aos jeans e os shorts.

Na “vitrola”, o som do jazz das big bands. “BeHoppers”, explicam, tem nome inspirado nas iniciais da cidade natal deles. “Eu nunca vi um dançarino de lindy hop que não estivesse sorrindo”, disse, Frank Manning (1914-2009), um dos dançarinos mais importantes do gênero. “Qualquer pessoa pode dançar. Frank deixou vídeos em que estava dançando aos 90 anos”, lembra Camila Magalhães, também integrante.

Outra componente, a consultora ambiental Bia Cambraia explica que o lindy hop veio do ritmo “charleston”. Desde então, se subdividiu em vários estilos, como o rockabilly, entre outros. E foi em muitos passos deste gênero que o rock’ n’ roll bebeu inspiração para se coreografar.

Bia diz que as ações do grupo perpassam todo ano. Em 2015, especificamente, já há agenda até agosto – no caso, no festival I Love Jazz, onde se apresentarão em um palco especial. Há também o “Lindy no Bar”, toda segunda quinta-feira do mês, no Estúdio da Carne (av. do Contorno, 3.946, Santa Efigênia). A página do Facebook traz tudo, garante o grupo, aos que se interessarem após a inesperada divulgação “global”.

* Colaborou Samara Camargos/Especial para o Hoje em Dia

Aulas de dança egípcia ou indiana também atraem público

O exotismo também exerce uma forte atração sobre os brasileiros. Que tal uma dança indiana ou uma egípcia núbia? Para quem quer aproveitar os quadris naturalmente flexíveis, uma vertente da dança do ventre, a “Shaabi”, ou o hula-hula havaiano podem ser boas dicas.

“Mas aqui, ninguém para de sambar, não!”, acrescenta a professora de danças árabes e do ventre, Luciana Midlej. A carioca está em BH há cerca de uma semana para falar sobre as danças folclóricas de seus antepassados. Filha de árabes, ela nasceu no Rio de Janeiro e percorre o país fazendo esta divulgação.

“O primeiro encontro que o brasileiro tem com estas culturas é com a dança do ventre. Por causa do samba e até agora, com o funk, a brasileira tem a facilidade com os movimentos do quadril. E o brasileiro tem, no imaginário, esta coisa do oriente, de véus, das mil e uma noites”, diz, acrescentando que “dar aula de dança do ventre para uma belga é completamente diferente do que para uma brasileira”.

Assim como o lindy hop, que está tendo o empurrão da novela, Luciana diz que as danças árabes também contaram com a força da TV, por meio da novela “O Clone” (2001). “Quando vira moda, entra em toda academia”, diz a carioca.

Nos dias 9 e 10, de 11 às 21h, Luciana Midlej participa do “Bazar Cultural Egípcio”, que terá palestras, cursos e até “leitura de borra de café”. O evento acontece no Studio Brigitte Bacha (rua Levindo Lopes, 358, Savassi – Fone: 3227-1638).

Libanesa radicada no Brasil desde a adolescência, Brigitte também faz traduções de músicas em árabe para o português, para uma gravadora. “São músicas para dança do ventre”, comenta.

“Caminho das Índias” (2009) foi outra produção que atraiu alunos às escolas de dança. Professor de dança, especialmente as indianas, Carlos Clark, comanda o grupo Chandra Kala Brasil (“lua crescente”, em sânscrito), que existe desde 2005. São dez integrantes, de ambos os sexos. “Com ‘Caminho das Índias’, cheguei a ter 150 alunos/semana, hoje, são 50”. Clark tem 35 anos de dança e conheceu a indiana há 20. O grupo que organiza, diz, é o único grupo de dança de Minas no estilo.
 

 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por