Manifestantes denunciam infiltrados e polícia justifica demora para conter vândalos na Praça 7

Ana Clara Otoni - Hoje em Dia
19/06/2013 às 10:57.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:15

Gritos de mudanças e transformação ecoaram da Praça 7 em mais um dia manifestação em Belo Horizonte, nesta terça-feira (18). No entanto, a áreia central da capital mineira também foi palco de atos de vandalismo e selvageria. A demora da ação da Polícia Militar foi questionada por manifestantes, jornalistas e pedestres que passavam pelo local, assim como a possibilidade de tais atos http://www.hojeemdia.com.br/noticias/politica/liderancas-tradicionais-perderam-seu-protagonismo-afirma-especialista-1.136832 e gerarem antipatia da população. Por outro lado, a corporação justifica que só agiu quando conseguiu distinguir vândalos dos protestantes.

Pelo menos nove pessoas foram presas durante o ato na noite de terça, conforme informou a Polícia Militar.    Em um vídeo, um internauta identificado como Alexandre Mazus flagrou o momento em que um grupo quebrava uma agência do banco do Itaú, na av. Afonso Pena. As imagens mostravam ainda manifestantes reunidos no obelisco observando à distância a ação violenta. “O pessoal do movimento está aqui quieto, não estão fazendo nada disso” (sic), afirma o jovem.    Assista:     Mazus e vários outros internautas, através das redes sociais, defenderam que as pessoas que promoveram o “quebra-quebra” na Praça 7 não eram do movimento. Muitos manifestantes levantaram a suspeita de que havia gente infiltrada entre os protestantes, premeditando a ação violenta. A preocupação do grupo, agora, é a de que esses atos enfraqueçam o movimento.    Polícia esperou identificar baderneiros   Relatos de jornalistas e manifestantes contam que, por duas horas, aproximadamente, a polícia não agiu enquanto um grupo depredava prédios públicos e privados.   O coronel Antônio Carvalho, comandante do policiamento especializado de Belo Horizonte, informou que a Polícia Militar esteve presente desde o início da manifestação, quando http://www.hojeemdia.com.br/minas/estudantes-da-ufmg-fecham-antonio-carlos-em-novo-protesto-1.136698.   O acompanhamento teria sido feito por vídeo-monitoramento. “Nós estávamos posicionados em diversos pontos, quando identificamos os atos violentos. Acionamos um reforço para o policiamento e só depois de identificarmos os baderneiros dos manifestantes agimos”, afirmou.    Um outro vídeo do internauta Alexandre Mazus mostra um policial na hora dos ataques explicando a dificuldade enfrentada pela corporação para agir contra os vândalos. “[A polícia] não pode fazer uma intervenção quando há pessoas inocentes no perímetro e o que nós identificamos é que diversos pontos de ônibus estavam cheios de pessoas”, relata o militar que não foi identificado.    Veja:      “Ou a polícia bate ou ela some?”   Para Frederico Couto Marinho, sociólogo pesquisador do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a polícia precisa saber atuar em momentos complexos como os dessa terça-feira (18).   De acordo com o especialista, a corporação precisa agir tanto na proteção e segurança dos manifestantes como na contenção e prisão de arruaceiros. “O que é isso? Ou a polícia bate ou ela some? Estão agindo com amadorismo, enquanto a população está sendo altamente profissional ao reivindicar os seus direitos de forma organizada. Os crimes não podem manchar o caráter dessas manifestações”, alerta.    Marinho criticou a postura adotada pela PM. “Ela tem que acompanhar o movimento, reprimir 1% que comete crime e garantir a segurança dos 99% das pessoas que protestam e querem segurança. Mas a polícia precisa prestar o serviço dela e não sair atirando a esmo”, pontuou.    O pesquisador se referiu aos feridos por balas de borracha no protesto da segunda-feira (16). A Polícia Militar informou que http://www.hojeemdia.com.br/minas/corregedoria-da-pm-tem-30-dias-para-investigar-denuncias-de-agress-es-contra-manifestantes-1.136665 para que o recurso fosse adotado.   Marinho criticou ainda a postura da coronel Cláudia Romualdo, chefe do Comando do Policiamento da Capital, que foi “encurralada” em meio aos manifestantes e flagrada relatando o descumprimento de ordens por policiais. “Ela é chefe de 7 mil homens não pode agir com essa espontaneidade. Que amadorismo é esse? A polícia tinha que estar lá e garantindo a segurança da população. O que foi que deu na polícia? Ficou com medo?”, questionou.    Confira as imagens:     Em conversa com a reportagem do Hoje em Dia, a coronel Cláudia Romualdo, reforçou que a ação da polícia foi estratégica. "Como os vândalos e criminosos estavam infiltrados no meio dos manifestantes, não dava para agir sem identificá-los primeiro", afirmou.    Membros do grupo que agiu com vandalismo encurralaram jornalistas no prédio do Habbib's, na av. Afonso Pena. Os profissionais da imprensa precisaram ser escoltados pela Polícia Militar e reclamaram da ausência de policiais fardados no local. "A corporação agiu no momento em que tinha condição de agir, sem comprometer a segurança das pessoas que estavam indo e vindo e nem a dos manifestantes legítimos", afirmou.  Confira a galeria de Imagens da depredação abaixo:    

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