Museu Pelé está à caça de camisa 10 listrada do Santos

Estadao Conteudo
28/09/2014 às 11:24.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:23

O acervo de Pelé à disposição do seu museu, em Santos (SP), tem 2.446 peças, todas sob o cuidado de Rogério Zilli. As relíquias estavam guardadas na casa do Rei, em um quarto isolado e seguro que a reportagem visitou em fevereiro de 2013. As peças contam a história do melhor atleta de todos os tempos, suas conquistas, como uma réplica da Taça Jules Rimet, presentes de personalidades, como um par de luvas de Muhammad Ali, e as centenas de medalhas dadas a ele por mérito. O acervo estaria completo não fosse pelo capricho de Zilli e um descuido do próprio Pelé.

Quando "ganhou" o acervo para o museu, Zilli sentiu falta de uma camisa listrada do Santos das décadas de 60 e 70, que ele não guardou. Com o uniforme listrado, Pelé fez cerca de 40% dos 1.116 jogos que disputou pelo time da Vila Belmiro entre 1956 e 1974. Foi com esse modelo também que estreou na equipe e se despediu 18 anos depois para jogar no New York Cosmos, dos Estados Unidos.

"O Pelé jogou muito com essa camisa listrada, mas infelizmente não guardou nenhuma. Tê-la no acervo resgataria parte de sua história no clube. A família e ele tiveram a felicidade de guardar muita coisa da sua carreira. O acervo é bem completo, tem muita coisa interessante, mas sinto falta dessa camisa. Nós temos duas camisas do Santos, mas brancas", disse Zilli.

Se Pelé não guardou, o único caminho é pelas mãos de algum jogador da época que tenha trocado camisas com ele. O Museu Pelé precisa conferir a autenticidade do uniforme para saber se ele foi mesmo usado por Pelé.

O museu, inaugurado no dia 15 de junho, meio às pressas para a Copa do Mundo, já recebeu 40 mil visitas. Depois dos santistas, torcedores e moradores da cidade, os estrangeiros são os que mais procuram o local, com destaque para chilenos, norte-americanos e ingleses. O casarão do museu está localizado no Valongo, na região portuária do centro histórico de Santos. O local passa por revitalização - o programa Alegra Centro já reformou, segundo dados da prefeitura, perto de mil prédios. Em suas imediações, há uma linha de bonde.

Apesar de conservar a estrutura dos tempos em que o prédio era a sede do Governo do Estado, as instalações do Museu são novas e modernas, graças ao investimento de R$ 50 milhões. Há uma loja com produtos da marca Pelé, espaço para a exposição Quatro Copas e um Rei, até o fim do ano, e interatividade. O visitante pode, por exemplo, bater pênalti contra o goleiro Andrada, do Vasco, em uma reedição do gol 1.000 de Pelé, que chutou a bola a 90 km/h.

Em uma sala do museu, os visitantes podem ter a sorte de encontrar o próprio Pelé - não o boneco de cera em tamanho real que ocupa um dos pavimentos, mas o Rei de carne e osso, que dará expediente na parte superior do casarão. Pelé sempre agradece as homenagens que fazem para ele pelo simples fato de recebê-las em vida, como agora em seu museu. "Vou morar aqui. A intenção é trabalhar e receber meus amigos neste espaço. Aqui será minha casa".

Quatro Copas e um Rei é a única exposição que será feita neste ano, com 160 peças. Entre as relíquias para matar saudades ou apresentar às crianças de Santos, que frequentam o museu com regularidade, é possível encontrar uma réplica da Jules Rimet ou aquele sombreiro colocado na cabeça de Pelé após a vitória sobre a Itália na decisão da Copa de 1970. Zilli já trabalha em novos temas para 2015, mas prefere manter o assunto ainda em aberto.
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