Governo do RJ veta uso de rio Guaxindiba pela Comperj

Vinicius Neder
16/01/2013 às 13:02.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:41

As obras do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), refinaria da Petrobras, não poderão usar o rio Guaxindiba para o transporte de equipamentos pesados, informou nesta quarta-feira o secretário estadual do Meio Ambiente do Rio, Carlos Minc. A negativa reduz as alternativas estudadas pela Petrobras para conseguir transportar os equipamentos até o complexo, cuja construção está atrasada.

"Não vamos autorizar a passagem pelo rio", afirmou Minc, após participar de seminário. "O estudo inicial é que era uma pequena dragagem, que não ia afetar muito, mas depois se viu que era um pouco maior e realmente os reflexos poderiam ser maiores. Como a gente já tinha licenciado o porto de São Gonçalo e a estrada ligando o porto ao Comperj, achamos que os custos ambiental, social e político não compensavam", completou.

A decisão foi tomada em conjunto pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão responsável pela gestão das unidades federais de preservação. O Rio Guaxindiba, que desemboca na Baía de Guanabara, passa pela Área de Proteção Ambiental (APA) Guapimirim, que preserva manguezais na baía. Por isso, sua utilização dependia também do aval do ICMBio.

A alternativa, para a Petrobras, será esperar o término das obras do porto de São Gonçalo e da estrada que ligará o porto à área do Comperj. Desde 2011, a Petrobras enfrenta dificuldades para transportar equipamentos que já ficaram prontos para o complexo petroquímico porque as rodovias locais não suportam seu peso. Enquanto isso, os equipamentos esperam no porto do Rio - entre eles, um reator fabricado na Itália para refino de diesel.

"A (obra da) estrada está indo muito rápido. Chegamos à conclusão que a diferença de tempo entre uma coisa e outra não valia o custo", disse Minc. Além disso, completou o secretário, como a dragagem envolveria mais de 100 mil metros cúbicos, seria necessário obter licença para a obra, o que poderia atrasar ainda mais essa opção. Minc ressaltou ainda que a Petrobras já está executando investimentos da ordem de R$ 600 milhões exigidos como contrapartida do licenciamento ambiental do Comperj.
http://www.estadao.com.br

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