As proeções de futuro que podem ser feitas acerca da mobilidade urbana nos próximos anos podem ser baseadas no que é possível aprender com a História. Essa é a perspectiva que trouxe Leonardo Barci Castriota, arquiteto-urbanista, professor titular da UFMG, na última mesa do Seminário Meio Ambiente e Cidadania 2014 – Equações para o caos da mobilidade urbana. Visões rodoviaristas, que dão ao carro particular o papel principal dentro dos espaços urbanos não são recentes e já veem de outros tempos, comprometendo a forma como organizamos o espaço atualmente.   "Durante o século XIX várias cidades passaram por verdadeiras cirurgias, com grandes intervenções para permitir o aumento do trânsito. Existia uma ideia de preservar os monumentos, mas não a cidade", contou Castriota.   Nos anos 90 entra em voga a reabilitação urbana, que visa pensar nas pessoas, no capital humano e não na questão física das cidades. Com isso, traz a população para pensar o novo projeto de cidade, mais integrada e que leva as pessoas e suas particularidades em questão, como ocorre em Barcelona.   Exemplos de alterações radicais na estrutura física podem ser vistos na Lagoinha, que era um bairro boêmio e tradicional de Belo Horizonte que acabou se tornando um ponto de passagem, entrecortado por viadutos, trilhos e metrô, o que contribuiu para a degradação da região.  Foi feito um projeto de revitalização que começou a ser implantado, mas não teve continuidade.   Essa perspectiva histórica, segundo coloca o arquiteto, dá ideias e traz elementos preciosos para que as cidades possam ser repensadas e a questão da mobilidade urbana possa ser reprojetada para que funcione de forma mais eficiente. "Se a gente pensa o planejamento de forma integrada, olhando para os bairros, a gente consegue pensar uma cidade humana e não baseada nas funções", concluiu.

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