A empresária Kênia Mara de Souza, de 39 anos, dona de um patrimônio de mais de R$ 10 milhões, foi presa no bairro Castelo, região da Pampulha, suspeita de envolvimento em pelo menos três assassinatos. Ela e  seu ex-funcionário, David de Oliveira, de 22 anos, foram apresentados nesta segunda-feira (9), no Departamento de Investigações de Crimes Contra o Patrimônio. Kênia negou os crimes.

De acordo com o delegado Delmes Rodrigues Feiton, a empresária, proprietária da Prysma Transformadores, foi contratada para descarregar dois transformadores que vinham de São Paulo para Belo Horizonte. No dia 19 de outubro, ela determinou a David que simulasse um assalto contra o motorista que transportava os equipamentos, avaliados em R$ 360 mil cada.

A carga foi roubada e o motorista José Carlos de Lima, de 49 anos, encontrado morto em uma estrada de terra, em Ribeirão das Neves, na região Metropolitana de BH.

Após localizar o corpo do motorista, a polícia começou a investigar as empresas que estavam envolvidas na transação. “Somente a empresária sabia dos detalhes do transporte”, recorda o delegado. Com a suspeita de envolvimento de Kênia no crime, a Polícia Civil solicitou um mandado de busca e apreensão no galpão da Prysma, também localizada no bairro Castelo.

Os dois transformadores foram encontrados já adulterados. “Os equipamentos estavam com o número de série raspados e a pintura  modificada”. Além disso, filmagens feitas pelos circuito de monitoramento das casas vizinhas da empresa mostram a empresária, juntamente com o ex-funcionário, chegando com os equipamentos.

Kênia também é apontada como a mandante da morte de Fábio Baptista de Mello, dono de uma peixaria no bairro Bonfim, região Noroeste da Capital. Fábio brigava na Justiça contra Kênia, depois dela ter invadido um lote dele, localizado no bairro Caiçara. O crime aconteceu no dia 24 de maio, deste ano.

Segundo o delegado, no dia do crime, Fábio chegou a fazer um boletim de ocorrência de ameaça. “Testemunhas viram Kênia, na companhia de um homem, próximos ao estabelecimento do peixeiro. Ela apontava para a vítima, momentos antes do assassinato”, explica o delegado.

Após executar Fábio com tiros de revólver calibre 38 em frente ao comércio dele, os suspeitos fugiram em Honda Civic preto que era conduzido por uma mulher.

Outros crimes

Dados da investigação apontam ainda que empresária também é suspeita de assassinar um ex-funcionário identificado como Giovani. Ele seria testemunha de Fábio no processo de reintegração de posse. A vítima foi morta em fevereiro deste ano, no bairro Aparecida, também na região Noroeste.

A empresária Kênia Mara de Souza está presa provisoriamente no Ceresp Centro-Sul e é investigada por uso de documentos falsos, falsificações de documentos públicos, estelionato, formação de quadrilha, latrocínio, homicídios e comunicação falsa de crime. “Ela é muito esperta. No processo de reentegração de posse, ela conseguiu fazer o processo desaparecer de dentro do fórum duas vezes”, recorda o delegado Hugo Arruda.

David tem passagens por porte ilegal de arma e dois homicídios em Ribeirão das Neves. Ele está preso no Ceresp Gameleira.

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