Alfa Romeo de 1939 leva amante de Mussolini direto para o cadafalso

Boris Feldman - Hoje em Dia
13/12/2014 às 10:36.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:22
 (RM Auctions)

(RM Auctions)

A Alfa Romeo foi, antes da segunda guerra mundial (como a Ferrari anos mais tarde), a marca italiana famosa pelos carros de competição e esportivos luxuosos. Foram pilotados por Enzo Ferrari em sua escuderia do “cavallino rampante”.   Em 1939, a fábrica produziu apenas 13 unidades da “6C 2500 Sport Berlinetta” encarroçadas pela Touring, que utilizava alumínio para reduzir peso e proporcionar melhor desempenho. As carrocerias leves (“Super Leggera”) da Touring marcaram presença durante dezenas de anos. O conjunto mecânico era sofisticado com motor de seis cilindros em linha, dois comandos, 2,45 litros de cilindrada e 95 hp de potência. Freios hidráulicos e suspensão independente nas quatro rodas eram também avançados na época . Uma delas foi presenteada por Benito Mussolini para sua amante, Clara Petacci, filha do médico do Papa e 29 anos mais nova que Il Duce.   Extremamente ciumento de Claretta, Mussolini contratou o oficial nazista Franz Spögler para ser motorista da amante. Mas, foi Marcello, seu irmão, quem dirigiu o carro em sua última viagem de Milão para o Lago di Como, na fronteira da Itália com a Suiça. Com placas da Espanha para despistar os guerrilheiros comunistas. Dali, na tentativa de escaparem vivos, ela seguiu com o ditador na direção da Áustria, mas foram capturados pelos partisans e fuzilados em 27 de abril de 1945, em Mezzegra. No dia seguinte, os corpos de Benito e Claretta foram pendurados de cabeça para baixo na frente de um posto de combustível em Milão.   O Alfa foi adquirido por um oficial norte-americano, levado para os EUA e abandonado numa fazenda em New York State depois de quebrar uma biela. Adquirido em 1970 (por U$ 300), foi restaurado por um colecionador que percebeu ter comprado uma dupla raridade, pois desconfiou tratar-se do carro de Clara Petacci. Para se certificar, procurou Franz Spögler, o ex-motorista do automóvel. E matou-se a charada pela origem alemã das ferramentas encontradas no porta-malas: o Alfa sofreu uma pane na estrada, Spögler pediu socorro a uma comboio do exército alemão e os nazistas deixaram as ferramentas (de presente para Il Duce) para uma próxima necessidade.   Depois de meticulosamente restaurado por especialistas na marca, o Sport Berlinetta foi premiado em diversos concursos, o de Villa d’Este (Italia) e Pebble Beach (EUA) entre eles.   Quem quiser comprá-lo, é só voar para a França em fevereiro e dar um lance no leilão da Retromobile, exposição de carros antigos em Paris. Valor estimado do Alfa é de 2,5 milhões de euros, explicáveis pela dupla raridade do carro: pouquíssimas unidades fabricadas e participação num momento importante da segunda guerra mundial.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por