Salário de R$ 1,7 milhão ao ano na Cemig atrai aliados de Pimentel

Bruno Moreno - Hoje em Dia
29/11/2014 às 07:17.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:12
 (Renato Cobucci 01/04/2011)

(Renato Cobucci 01/04/2011)

Com a posse do governador eleito Fernando Pimentel (PT) em 1º de janeiro, as cadeiras nas diretorias das companhias estatais mineiras estão sendo disputadas “a tapa”, principalmente pelo PT, do governador eleito Fernando Pimentel, e pelo PMDB. Além dos altos salários, entram na conta as influências política e econômica desses cargos. O PMDB do vice-governador eleito Antônio Andrade já disse que quer pelo menos uma diretoria na Cemig, empresa controlada pelo governo que apresenta as melhores remunerações dentre as estatais. Cada um dos 11 diretores deverá receber, neste ano, até R$ 1,7 milhão. A remuneração do diretor-presidente pode chegar a R$ 1,8 milhão.   A maior parte desse montante tem origem nos bônus, e não nos salários mensais, que foram fixados em assembleia, no dia 30 de abril deste ano, em R$ 39.641,35 para o diretor-presidente e R$ 33.978,30 para os outros 11 diretores.   Entretanto, a assembleia também determinou que R$ 21,164 milhões fossem destinados à remuneração dos administradores da empresa que são também membros dos conselhos de administração e fiscal, que recebem, no total, R$ 1,6 milhão.   Assim, subtraindo os valores pagos aos conselheiros e a remuneração mensal dos diretores, “sobram” R$ 14,6 milhões, que são divididos entre os 11 diretores em forma de bônus, alcançando as remunerações milionárias. Apesar de serem super salários se comparados à média da remuneração do brasileiro, que não passa dos R$ 25 mil ao ano segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os pagamentos da Cemig a seus administradores não estão fora da média nacional das grandes empresas.   Com uma receita bruta de R$ 19,4 bilhões em 2013, a Cemig paga abaixo da média para executivos de empresas de seu porte, segundo estudo da empresa de consultoria Page Executive.   Quem confirma é Marco Antônio Castello Branco, membro da Comissão de Transição do governo do Estado. “É muito modesta (a remuneração dos diretores) se comparada às outras empresas que a Cemig tem participação acionária, como a Light e a Taesa, ou mesmo a empresas do mesmo porte da Cemig”.   Castello, que chegou a ser cotado para assumir a presidência da estatal, afirmou que, por enquanto, não há indicações concretas dos nomes que podem chefiar diretorias nas estatais mineiras.   Copasa é a segunda   Já a Copasa, que ocupa o 16º lugar no ranking da revista Exame das maiores estatais do Brasil apresenta uma remuneração bem menor. Em reunião de acionistas em março deste ano, foi fixado o valor de R$ 7,6 milhões para remunerar os diretores, mas não foi especificado quanto receberiam por mês, nem quanto desta fatia seria para o presidente. Se fosse dividido igualmente, seriam R$ 690 mil anuais para cada um dos nove diretores. Tanto a Cemig quanto a Copasa não quiseram se manifestar sobre a questão.   Transição terá informações sobre empresas 20 dias antes da posse   As reuniões da equipe de transição no governo do Estado para tratar das estatais só ocorrerão entre os dias 2 e 12 de dezembro. Membro da comissão, Marco Antônio Castello Branco reclamou do curto prazo que o grupo terá para organizar as informações. “Não serão nem 20 dias até a posse do novo governo, em janeiro. Isso não é transição. O tempo é muito curto”, criticou.   O governo de Minas Gerais controla 19 estatais, divididas entre empresas públicas, como a Codemig e o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), e sociedades de economia mista, como a Cemig e a Copasa.   Na Cemig, por exemplo, 50,69% das ações pertencem ao governo do Estado e o restante é privado. O segundo maior acionista é a AGC Energia S.A., com 32,96% de participação na empresa.   Já na Copasa, o governo do Estado possui 51,1%, enquanto 48,6% estão em circulação (free float) e o restante, 0,3%, encontra-se em tesouraria.   A Codemig, que tem como principal fonte de receita os royalties do nióbio, se negou a conceder informações financeiras e de remuneração de seus diretores.   Outras empresas importantes que são controladas pelo governo do Estado são a MGI - Minas Gerais Participações S/A, que tem como acionistas o Estado de Minas Gerais, a Cemig e o BDMG; a Minas Gerais Serviços S.A. (MGS), empresa pública vinculada à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag); a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig); e a Prodemge (Empresa de Tecnologia de Informação do Estado de Minas Gerais), de economia mista; a Trem Metropolitano de Belo Horizonte S/A (Metrominas); e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater).

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por