Autoridades brasileiras evitam polemizar sobre escândalo de doping na Rússia

Marcio Dolzan
10/11/2015 às 19:36.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:25

O escândalo envolvendo a acusação de doping na equipe russa de atletismo e a citação do investigador chefe da Wada, Richard Pound, ao Brasil, mereceram resposta não mais do que diplomática do governo, do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e do Comitê Rio-2016, que organiza os Jogos Olímpicos do próximo ano.

Pound declarou na segunda-feira que "havia a suspeita" de que atletas brasileiros pudessem se utilizar de métodos ilegais para conseguir melhores resultados nos Jogos, uma vez que competirão em casa.

Responsável pelo chamado Time Brasil, formado pelos atletas que disputarão a Olimpíada, o COB foi sucinto e preferiu não polemizar. A entidade informou que seu trabalho nas questões envolvendo doping "é de caráter educativo e informativo".

Por meio de nota, o Ministério do Esporte (ME) declarou que tem agido para proteger o que chamou de "atletas limpos". "O ME, por meio da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), desenvolve um programa baseado em informação, educação, prevenção, inteligência, cooperação internacional e ação, com o objetivo de assegurar a meta de zero caso de dopagem entre os atletas brasileiros nos Jogos do Rio. Assim, todas as providências foram adotadas para proteger os atletas limpos", informou.

O órgão também garantiu que o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD) está preparado para garantir o controle de doping nos Jogos do Rio-2016. "O Brasil vem fazendo a sua parte na luta contra a dopagem no esporte para que se tenha no Rio de Janeiro, em 2016, os Jogos Olímpicos e Paralímpicos mais limpos da história."

Já o Comitê Rio-2016 não comentou a possibilidade de a Rússia não trazer sua equipe de atletismo no próximo ano, preferindo uma posição mais genérica. "Não vamos medir esforços para garantir a realização de Jogos limpos. Vamos trabalhar com o COI, O IPC (Comitê Paralímpico Internacional, na sigla em inglês) e IAAF (Associação das Federações Internacionais de Atletismo) para a proteção dos atletas limpos", informou.

Apesar disso, nos bastidores existe certa apreensão com a possibilidade de algumas das principais estrelas do atletismo mundial não competirem no Rio. A saltadora Yelena Ysinbayeva, medalhista de ouro em Atenas-2004 e Pequim-2008, além de bronze em Londres-2012, é a grande estrela. No Rio, ela poderia participar dos Jogos Olímpicos pela última vez.
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