Líder Uberlândia colhe frutos de trabalho baseado no profissionalismo

Alexandre Simões - Hoje em Dia
01/03/2016 às 07:19.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:37
 (Celso Ribeiro)

(Celso Ribeiro)

Um líder de Campeonato Mineiro que não seja Atlético ou Cruzeiro é sempre encarado como algo inesperado. Com o Uberlândia, que depois de cinco rodadas ocupa a primeira posição do Estadual, não é diferente. O que não se pode encarar como surpresa é a bela campanha da equipe do Triângulo, que começa a colher os frutos de um trabalho bem planejado.

Força do interior mineiro nas décadas de 70 e 80, o campeão do Módulo II em 2015 atravessou nos últimos anos uma grave financeira. O clube ainda não “nada em dinheiro”, mas a casa está arrumada, e o Periquito pode ocupar novamente o seu espaço, que por um tempo esteve nas mãos dos times de basquete masculino e vôlei feminino da cidade.

“Antes do basquete e do vôlei, o futebol já era grande aqui. O Uberlândia sempre foi um clube grande. Teve problemas financeiros graves. Depois que a gente entrou, primeira tarefa foi organizar a casa. Hoje não temos uma dívida, contamos com todas as certidões. O CT é moderno, modelo para o interior do Brasil, com quatro campos e toda estrutura. São 200 mil metros quadrados de construção na nossa vila olímpica”, revela o presidente Guto Braga.

A reestruturação do clube não aconteceu apenas com a construção do CT. Ela foi também administrativa e o conceituado João Paulo Medina, da Universidade do Futebol, é quem comanda o clube.

“Primeiro fizemos a base, para depois atacar o futebol, senão seria uma gangorra. Estamos com uma base muito sólida. Além disso, desde o ano passado, profissionalizamos o futebol. Damos todo o suporte, mas deixamos nas mãos de quem entende e é pago para isso. Cabe à diretoria dar todo o suporte para as coisas acontecerem. Temos uma interação grande, mas fizemos um contrato de gestão com o Wagner Ribeiro (empresário, que representou Robinho e Neymar, entre outros) e ele trouxe o João Paulo Medina”, explica Braga.

Para o treinador Alexandre Barroso, o profissionalismo do clube explica o sucesso do Uberlândia no Campeonato Mineiro.

“Tudo funciona bem. O futebol é tocado por profissionais da área. Coordenador administrativo, técnico. O pagamento é feito em dia. Muita quebra de paradigma. Uma coisa nova, desde coisa simples, como dirigente não entrar em vestiário antes dos jogos. É muito profissional”, afirma o técnico Alexandre Barroso, que foi escolhido por esse novo comando do futebol do Uberlândia.

O grande objetivo do Uberlândia neste Campeonato Mineiro não é nem alcançar as semifinais, que estão muito próximas, mas garantir uma vaga na Série D do Campeonato Brasileiro, que permitiria ao clube voltar às competições nacionais.

“Nosso objetivo era garantir uma vaga na Série D. Isso desde o ano passado. Ainda não tem nada certo, mas bem encaminhado. Acredito que com mais quatro pontos devemos garantir”, revela o presidente, que garante um time forte para a competição nacional, caso a vaga seja assegurada.

Com a força econômica de Uberlândia, o apoio da torcida e a organização do clube, é difícil duvidar que o Periquito vai buscar voos mais altos.

Apoio da torcida tem garantido boas rendas nos jogos no Parque do Sabiá

Além da organização fora de campo e de um apoio do empresariado da cidade, o Uberlândia tem contado ainda com o apoio do seu torcedor. O clube tem média de 11.367 pagantes por partida neste Campeonato Mineiro. A renda bruta é de quase R$ 800 mil, com cerca de R$ 570 mil entrando nos cofres do clube.

E a situação poderia ser ainda melhor. Segundo o presidente Guto Braga, no domingo passado, na vitória de 2 a 0 sobre o Guarani, o público poderia ultrapassar os 15 mil pagantes, mas uma forte chuva que caiu antes do confronto afastou muita gente. Mesmo assim, o Parque do Sabiá recebeu quase dez mil torcedores, com uma renda de quase R$ 200 mil.
 

 

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