Promotor Henry Wagner insinua que há participação de outras pessoas no crime

Thais Mota - Hoje em Dia
22/04/2013 às 23:44.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:03

Ao fim do primeiro dia de julgamento de Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", nesta segunda-feira (22), o promotor Henry Wagner Vasconcelos insinuou que novos acusados podem surgir do inquérito que investiga a partipação dos ex-policiais civis José Laureano de Assis, o "Zezé" e de Gilson Costa na morte de Eliza Samudio.

"A expectativa da Promotoria de Justiça sempre foi de denunciar o investigado José Laureano de Assis, todavia optou por não fragmentar a ação penal em uma sequência interminável de denúncias. Então, aguarda as investigações com relação a Gilson Costa aguarda que as investigações até em relação a outros sujeitos que eventualmente podem ser alcançados para fazer uma única e última denúncia". O promotor porém não respondeu se estes outros envolvidos poderiam ser policiais e informou que as investigações seguem em sigilo.

Sobre o depoimento da delegada Ana Maria dos Santos, o promotor disse que foi de grande relevância para o entendimento da causa, mas ressaltou que não trouxe nada de novo ao processo. Henry Wagner disse ainda que a acusação provará com base nas provas que estão no processo o envolvimento de "Bola" no que diz ser uma "trama diabólica". "A Promotoria de Justiça já provou pra dois conselhos de senteça a culpa de três dos quatro acusados trazidos a julgamento e também conseguirá também demonstrar neste conselho de sentença a culpa do apontado executor Marcos Aparecido dos Santos".

O representante do Ministério Público Estadual (MPE), criticou ainda o modo como a defesa de "Bola" conduziu os interrogatórios à delegada Ana Maria dos Santos, que durou mais de cinco horas. O modo massante em que a defesa trabalhou em plenário é sim um tiro no pé na medida em que gera em torno de si, da parte dos jurados, uma significativa antipatia. É muito perceptível que grande parte das indagações dirigidas pela defesa à doutora Ana Maria tiveram um viés estritamente argumentativo, ou seja, no propósito de antecipação de argumentos próprios do momento dos debates da causa", ressaltou.

Henry Wagner destacou ainda que não há nenhum motivo para estranhamento em que em um primeiro momento o ex-motorista do goleiro, Flávio Caetano Araújo tenha sido denunciado e posteriormente tenha sido impronunciado. Assim como não vê problema algum, no fato do MPE ter pedido a absolvição de Dayanne Rodrigues mesmo depois dela ter sido denunciada e levada a julgamento por participação no sequestro de Eliza Samudio e Bruninho. Ainda conforme o promotor, a promotoria de Justiça e os jurados entenderam que Dayanne foi coautora do crime, mas estaria sobre pressão e sendo ameaçada pelo ex-policial "Zezé".

O representante do MP disse ainda que não tem nenhuma expectativa de que "Bola" confesse ter executado Eliza Samudio. "Imagina se um sujeito que é um matador experimentado, um matador profissional, como se diria popularmente, se ele iria em algum caso concreto se assumir como tal. Se ele se assumisse como tal, as pessoas que já se valeram dos serviços dele em outras situações entrariam em tal estado de instabilidade e insegurança, que de certo ele colocaria em risco a própria sobrevivência".

Em resposta à afirmação do advogado Fernando Magalhães de que "Bola" jamais dividiu cela com Jailson Oliveira, na penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, o promotor confirmou a declaração. Segundo Henry Wagner, Jailson ficava na cela 17, enquanto Marcos Aparecido ocupava a cela 15. No entanto, "Bola" ia até a cela do colega para assistir televisão em um aparelho lá instalado.

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