Risco de racionamento de energia é maior em 2014

Tatiana Moraes - Do Hoje em Dia
12/01/2013 às 08:05.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:33
 (Maurício de Souza - 17/06/2011)

(Maurício de Souza - 17/06/2011)

Após 11 anos, o fantasma do racionamento voltou a assombrar o brasileiro. Os reservatórios a níveis baixíssimos, principalmente os de Minas Gerais (28,57% em 10 de janeiro), lembram o cenário registrado em 2001. Embora o governo afirme descartar o problema, especialistas garantem que o risco existe, principalmente a partir de 2014, quando o Brasil receberá a Copa do Mundo. O Brasil vive, atualmente, um momento semelhante ao de 2000. Um momento “pré-racionamento”, conforme classifica o diretor-geral da Enecel Energia, Raimundo Batista. “Os reservatórios de água têm sido utilizados sem moderação. E eles não foram feitos para isso. Têm sido mal administrados”, analisa.   Ele comenta que os reservatórios nacionais antigos foram projetados para armazenar água para três anos de geração, em média. O ideal seria administrá-los de forma a manter um nível saudável de água, complementando a geração com as térmicas.   Porém, isso não aconteceu. Para manter o preço da energia sempre baixo, as térmicas não foram ligadas. “Os governos de Lula e da Dilma cometeram o mesmo erro de Fernando Henrique Cardoso. O governo confiou e confia muito nas chuvas, o que é errado, devido às alterações climáticas”, comenta.   Investimento   Para mudar o cenário vivenciado em 2001, o governo federal destravou investimentos em geração. Há onze anos, a capacidade geradora do país era de 74,9 mil mega-watts (MW). Atualmente, a capacidade instalada do setor é de 120,9 mil MW, alta de 61,4%.    Aportes em térmicas também foram feitos. Em 2011, o país possuía 13,9 mil megawatts (MW) de capacidade proveniente de usinas movidas a carvão, gás e óleo diesel. Atualmente, são aproximadamente 31 mil MW instalados.   Desse montante, no entanto, apenas cerca 14 mil MW estão sendo despachados (entram na rede), mas são suficientes para somar R$ 800 milhões por mês de custo.    O motivo do baixo uso é o fato de grande parte das térmicas estarem instaladas em sistemas isolados, ou seja, fora do Sistema Interligado Nacional (SIN). De qualquer forma, o volume injetado na rede hoje é superior à participação total das termelétricas há onze anos.   Na avaliação do presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), Carlos Faria, a situação pede transparência. Segundo ele, ao enfatizar a redução de 20% médios na conta de luz a partir do ano que vem (graças à MP 579), há uma espécie de incentivo ao consumo. “Não é hora de consumir. O momento é de precaução”, diz.    Saiba como está o consumo de energia na Edição Digital

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