Delegado que teria atirado em namorada não comparece e nova audiência é marcada para dia 17

Tábata Martins - Hoje em Dia
27/05/2013 às 18:02.
Atualizado em 20/11/2021 às 18:36
 (Reprodução/Facebook)

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Pela segunda vez, o delegado Geraldo do Amaral Toledo Neto, que é suspeito de ter atirado contra a cabeça da namorada adolescente, não compareceu a uma nova audiência sobre o caso. Porém, desta vez, a falta do delegado ocorreu pelo fato de o pedido da presença dele não ter sido feito para a Justiça, segundo a assessoria do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG). A audiência ocorreu nesta segunda-feira (27), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).   Na primeira audiência, marcada para o último dia 9, o delegado não compareceu por determinação da juíza da comarca de Ouro Preto, Lúcia de Fátima Magalhães Albuquerque Silva. Na data, a magistrada justificou a negativa da liberação pelo fato de Geraldo Toledo estar preso.    Foram convidados para participar da audiência, o procurador-geral de Justiça, Carlos Andre Mariani Bittencourt, o chefe da Polícia Civil, Cylton Brandão da Matta, e o corregedor-geral da Polícia Civil, Renato Patrício Teixeira.   A audiência foi realizada por solicitação dos deputados Sargento Rodrigues (PDT), Durval Ângelo (PT) e Cabo Júlio (PMDB).    Retaliação   Como forma de protesto contra a decisão judicial, os deputados que pediram a audiência informaram que, a partir desta segunda, vão boicotar o Judiciário. "Nenhum projeto que está na pauta do Plenário que tenha ligação com o Judiciário será votado. Nós, dos blocos do PT e do PMDB, não votaremos nenhum deles e travaremos a pauta até o dia 17 de junho”, disse Durval Ângelo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALMG.   Conforme o político, a juíza não autorizou a presença do delegado no encontro já que foi investigada pela comissão por diversas vezes. “Travar a pauta é o mínimo que podemos fazer para termos a dignidade e o respeito do Judiciário. Se eles acham que podem interferir no Poder Legislativo, eles estão enganados. Até o dia 17 de junho, nenhum projeto do Judiciário será votado. Todas as representações que fizemos contra essa juíza em 12 anos foram arquivadas ou prescreveram”, ressaltou.   Para o deputado Sargento Rodrigues, a magistrada se equivocou novamente em sua decisão, uma vez que há vários crimes supostamente cometidos por Toledo, enquanto autoridade da Polícia Civil, e está entre as atribuições da comissão a investigação dos atos que configuram improbidade administrativa. “Vou refazer aqui o requerimento, para que ele seja aprovado e evite outras interpretações mal feitas por parte da juíza”.   O documento já foi refeito e aprovado e, uma nova reunião marcada para o dia 17, às 9h30.   Na semana que vem, a comissão irá receber da delegada corregedora Agueda Bueno do Nascimento uma cópia do relatório final com a conclusão do inquérito.   Requerimentos   Durante a audiência, foram aprovados mais dois requerimentos. O primeiro, do deputado Cabo Júlio, pede a realização de audiência pública com o objetivo de ouvir sete policiais militares que teriam sofrido assédio moral ao serem transferidos de Montes Claros para Mirabela, cidades do Norte do Estado.   O segundo, do deputado Sargento Rodrigues, pede audiência pública no Centro Cultural de Nova Lima, na Grande BH, para esclarecer constrangimentos que os trabalhadores da mina Morro Velho, portadores de silicose, estariam sofrendo. Eles entraram com um pedido de indenização, cujo valor determinado pelo Superior Tribunal de Justiça é de R$ 100 mil.   Entenda o caso   Geraldo Toledo é suspeito de ter atirado contra a cabeça da namorada, de 17 anos, no dia 14 de abril, em Ouro Preto, na região Central do Estado. O casal estaria discutindo dentro do carro do delegado momentos antes do crime. A jovem está internada no Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII e não há previsão de alta.   Na data do crime, o delegado afirmou que ela teria atirado contra a própria cabeça. No entanto, o exame residuográfico sobre a suposta tentativa de suicídio da adolescente deu negativo. Diante do resultado, o delegado passou a ser o principal suspeito de ter atirando contra a namorada.    Segundo a Polícia Civil, esta não é a primeira vez que o delegado teria agredido a jovem. Conforme a assessoria de comunicação da corporação, em março deste ano, Geraldo Toledo chegou a ser indiciado pela Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente por agressão contra a jovem.   Já em 2011, Geraldo de Toledo foi detido em São Joaquim de Bicas, também na região Central de Minas. Ele é investigado pela Corregedoria da Polícia Civil por receptação de veículos roubados e formação de quadrilha, mas responde em liberdade. O policial foi casado com a a promotora de Justiça Mônica Toledo.   Atualizada às 21h01

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