Luxemburgo substitui Marcelo Oliveira com missão de salvar a temporada

Henrique André - Hoje em Dia
03/06/2015 às 07:25.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:19

Quando a tabela do Campeonato Brasileiro foi publicada, em março, Vanderlei Luxemburgo imaginou que estaria no Mineirão nesta quarta-feira (3) à noite. Mas o então técnico do Flamengo não esperava que, na verdade, iria defender as cores do Cruzeiro, adversário do clube carioca na partida válida pela quinta rodada do nacional.

Demitido do Rubro-Negro na semana passada, o treinador de 63 anos sequer teve tempo para descansar ou lamentar o desemprego. Com a demissão do bicampeão brasileiro Marcelo Oliveira, o “professor”, como é mais conhecido no meio do futebol, foi o escolhido pelo presidente Gilvan de Pinho Tavares para tirar a Raposa da “confusão” – termo criado pelo próprio Luxemburgo para se referir à parte de baixo da tabela quando assumiu a equipe da Gávea, em julho do ano passado.

O desemprego, inclusive, é uma situação incomum para Luxa. Na última década, somando os intervalos entre demissões e admissões, ele ficou menos de um ano sem clube: só 361 dias em casa, após dez passagens por 8 clubes.

Esta será a segunda apresentação de Luxemburgo como treinador do Cruzeiro. Em 2002, quando chegou pela primeira vez à Toca da Raposa, ele fez uma campanha de recuperação no Campeonato Brasileiro e levou o time ao nono lugar. No ano seguinte, comandou o time celeste à conquista da Tríplice Coroa, quando levantou os troféus do Campeonato Mineiro, da Copa do Brasil e do Brasileirão. A saída do clube aconteceu no início de 2004, após um desentendimento com o ex-presidente Zezé Perrella.

No período, o técnico disputou 107 partidas, venceu 68, empatou 22 e perdeu somente 17 – um aproveitamento superior a 70%.

Apesar de os últimos trabalhos não terem sido bem sucedidos, Vanderlei tem o respaldo da diretoria para motivar o grupo cruzeirense, cujo rendimento é de 50,6% nas 29 partidas disputadas neste ano: foram 29 jogos, com 12 vitórias, 8 empates e 9 derrotas.

Situações parecidas

Quando a bola rolar no Mineirão, estarão em campo duas equipes vivendo momentos parecidos. Com só um ponto conquistado em 12 disputados e um saldo negativo de três gols no Brasileirão, Cruzeiro e Flamengo se enfrentam para deixar a zona da degola.

Enquanto a Raposa ocupa a 19ª colocação, o Urubu aparece uma posição acima, pelo número de gols marcados: seis, contra apenas dois dos mineiros. Outra coincidência é que ambos experimentam o segundo treinador logo no início da competição.
 

“É muito pouco”, diz Marcelo sobre motivos para demissão

Em sete dias, a vida do técnico Marcelo Oliveira se transformou num turbilhão de más notícias. Na semana passada, foi a morte da mãe dele, dona Luiza, aos 86 anos. Nesta terça-feira (2), veio a informação de que não seria mais o técnico do Cruzeiro, clube no qual foi bicam-peão brasileiro e onde permaneceu durante exatos dois anos e cinco meses.

Contra o Flamengo, nesta quarta-feira (3) à noite, Oliveira completaria o 30º jogo pelo Cruzeiro na temporada. No entanto, após as eliminações nas semifinais do Campeonato Mineiro, para o Atlético, e nas quartas de final da Libertadores, diante do River Plate, a situação do treinador ficou insustentável.

Na manhã dessa terça-feira, inclusive, a sede do clube estrelado amanheceu com alguns vidros depredados e pichada com dizeres pedindo as saídas do próprio Marcelo e do presidente Gilvan de Pinho Tavares, chamados de “parasitas”.

“Convivemos com coisas boas aqui (no Cruzeiro). Tivemos muito mais alegrias do que chateações. Tive dois atritos com atletas (Dagoberto e Léo), que são normais. É muito pouco”, comentou Marcelo no discurso de despedida na Toca da Raposa. “Estou saindo absolutamente tranquilo, consciente de que fiz o melhor. Agradeço muito ao torcedor do Cruzeiro”, completou.

Pela Raposa, Marcelo Oliveira fez 168 jogos, com 105 vitórias, 32 empates e 31 derrotas. O aproveitamento é de 68,85%.

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